Sobre o livro
Sir John Eccles, falecido em Maio de 1997, dedicou a sua vida ao estudo do cérebro e à defesa de uma filosofia dualista. Enquanto a maioria dos neurocientistas se prende a um materialismo radical, Eccles dedicava-se a fundamentar cientificamente os ensinamentos do senso comum, segundo os quais o espírito, consciente de si próprio, exerce, como atestam os movimentos voluntários, uma acção efectiva sobre o cérebro. Em relação aos materialistas, a carga é violenta. As recentes teorias neurobiológicas da consciência são acusadas de dogmáticas e reducionistas. A identidade do mental e do neural, afirma Eccles, é um programa e não um resultado. Esta é a importância crítica do seu dualismo. Por outro lado, possuirá um valor heurístico? A obra científica de John Eccles tem por objecto a excitação dos neurónios motores pelas fibras nervosas e revela-nos a originalidade de recorrer à física quântica, com o fim confesso de suportar a tese de um controlo da actividade cerebral pela via mental sem infringir as leis da conservação da energia. Hipótese audaciosa que alimenta úteis observações do neocórtex. A esta incontestável fecundidade científica vem juntar-se o sentimento de ter triunfado sobre o materialismo e de ter reforçado fortemente a nossa fé numa alma humana de origem divina. Uma tentativa de conjugar o espiritualismo e a exigência científica.