Cartas Amorosas de uma Religiosa Portuguesa
de Soror Mariana Alcoforado
Sobre o livro
Primeiro publicadas em Paris, em 1669, sob autoria anónima, as cinco cartas que aqui se reúnem
são o retrato de um romance malfadado - e um dos mais impressionantes textos que se conhecem
sobre a solidão, a ansiedade amorosa e a entrega total e que acabaram consideradas um dos
clássicos da literatura mundial.
Só em 1810 a autoria seria atribuída a Mariana Alcoforado (1640-1723), freira do convento da
Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Beja, em Portugal. O suposto destinatário era um
certo cavalheiro De Chamilly, oficial do exército francês que servira em terras lusas.
Stendhal, Sainte-Beuve, Rilke e Rousseau impressionaram-se com o teor de tais missivas, tendo
este último inclusivamente, desconfiado da qualidade e da força dos textos, colocando mesmo em
causa a sua autoria: "As mulheres não gostam de arte... é possível que alcancem algum sucesso
com pequenos trabalhos que só necessitem de algum espírito e malícia. Elas não sabem descrever
ou sentir o amor. Aposto tudo em como estas cartas foram escritas por um homem."
Henrique Raposo, Expresso