Bonis Avibus
de Manuel Meira Fernandes
Grátis
Sobre o livro
«Esta obra explica-se a si própria. Atrever-me-ia a considerá-la um estudo sobre o modo como o indivíduo manifesta as suas emoções, valores e ideias e como estas afetam a sua saúde mental e física.
(…) Trata-se de uma muito bem urdida história, com a apresentação, no prólogo (introdução), de uma narradora omnipresente, qual entidade diáfana, que atravessa toda a diegese, dando voz a um outro narrador - este o principal, (autodiegético), que desenvolve a acção.
(…) A narrativa serve-se de inúmeras pausas (…), que focaliza e distingue o objecto narrado, em interligações deliciosas, onde os afetos e sensibilidades têm lugar. No amor (a Clara, a Isolina), como na amizade (a Maria Ana, ao ti’ João). Nos excertos das músicas escolhidas, que libertam sensações tão distintas.
(…) A conclusão dá, novamente, voz à narradora omnipresente que acaba por remeter o final da história para o narrador principal. O tempo descrito é psicológico - vivido pelo narrador de acordo com o seu estado de espírito. O espaço da narrativa divide-se em: físico - lugares onde se desenrola a acção; social - o meio ambiente onde a acção decorre; psicológico - referente ao interior das personagens.
(…) E se a obra é um estudo sobre o modo como o indivíduo manifesta as suas emoções, também me parece muito próxima da linguagem cinematográfica, uma vez que esta a trabalha de forma estruturada, na forma como comunica e explora a subjetividade, o olhar e a percepção do espectador.»
Prof. Dra. Teresa Gonçalves
«Uma história em dois tempos, um tempo presente do tamanho de um congresso e um tempo psicológico no presente histórico.
Dois narradores, em cada tempo: um narrador extradiegético (no presente) e um narrador homodiegético (no presente histórico).
Toda a narrativa desenvolve um estilo que é imposto por um vocabulário forte e escolhido, por frases que parecem cortadas a machado por uma pontuação marcando um ritmo martelado, cadenciado, duro como que manobrado por cordéis que constroem a tessitura de um emaranhado de intrigas.
Bonis avibus é uma história psicológica que nos prende pela densidade das suas personagens e nos mantém expectantes até à última página.
O suspense criado até ao seu final (im)previsível faz-me lembrar Hitchcock. O guião está praticamente feito. A música escolhida. O filme virá depois.»
Domingos Rocha, Linguista