Sobre o livro
Alexandre O'Neill não se pode considerar verdadeiramente um
contista, embora alguns dos textos que publicou como crónicas,
pela sua estrutura, pela história, pelos personagens, possam
ser consideradas ficções curtas que bem se podem integrar
neste género.
Aqui, como no resto da sua prosa, revelam-se características
do seu humor irreverente, temperado pela auto-ironia, e uma
certa ternura pelos personagens que evoca num estilo feito de
frases quase lapidares, que em muitos casos entraram na língua,
a lembrar por vezes o slogan publicitário, em que, aliás, era
mestre.
Isto escrevia Eduardo Prado Coelho em 1970.