As Alminhas no Concelho de Póvoa de Lanhoso
de Ermelinda de Jesus Silva
Sobre o livro
A devoção às Alminhas é muito portuguesa. Só em Portugal se encontra esta arte de construção de nichos, como bem escreve a autora e o retratam as Quadras do Cancioneiro Popular, em anexo. Muitos deles foram desenhados pelo irmão de Dona Sara Cardoso, de Amarante, (arauto das Alminhas na Região Norte, no início do séc. XX), António Eugénio de Sousa Cardoso, também irmão do Pintor Amadeu de Souza Cardoso (vide fotos anexas).
Estes ícones de religiosidade popular expressam a voz do coração de um povo com fé e devoção, a ponto de embelezar as suas terras com ícones religiosos visíveis a quem passa, sinal de que todos e de todas as classes sociais peregrinamos por este mundo, levantando e caindo, purificando-nos e rezando, também junto às Alminhas, que são paradigmas de vida moral e religiosa para a Igreja peregrina, face à Igreja padecente, a caminho da Igreja triunfante.
As Alminhas são a expressão de um povo que caminha para além das celebrações litúrgicas e das procissões. A beleza e o critério com que são escolhidos os modelos destas capelinhas, quase todas de granito e azulejo tradicional português, são aspetos visíveis de fé. Nalgumas dessas capelas de Alminhas é celebrada missa mensalmente pelas Almas do Purgatório. Igualmente, junto dos Calvários e das Capelas têm lugar ações litúrgicas: Missa, Via Sacra e a Celebração do Encontro de Jesus com Sua Mãe!
A iconografia das Alminhas remete-nos para um povo arreigado na fé e devoção, amigo de prolongar a tradição, onde a reza do Terço não falta no mês das Almas, o mês de novembro.