A Vida Sexual na Roma Antiga
de Géraldine Puccini-Delbey
Sobre o livro
A concepção de sexualidade nas sociedades modernas tem sido baseada na distinção de género, e categoriza as pessoas em heterossexuais, homossexuais e bissexuais. Contudo, estas categorias não se aplicam na Roma Antiga, onde se considera sobretud o estatuto social e a faixa etária, enquanto que a orientação principal, imposta pela legislação e pelos costumes, determina que os cidadãos masculinos penetrem mas nunca sejam penetrados; todos os outros o podem ser, em condições que variam consoante se trate de matronas respeitáveis, coquetes libertas, cortesãs, prostitutas ou escravos de ambos os sexos. A moral pública e os comportamentos, igualmente inspirados pela legislação (sempre muito próxima da evolução social e do «acontecimento»), são muito diferentes daqueles que caracterizam as sociedades de hoje. O leitor mais interessado pelas vertentes da História, que são a riqueza principal desta obra, não deixará de associar a visão que transparece da leitura à influência que exerceu na Igreja de Cristo a amálgama de prescrições, leis e éditos que o poder do Império Romano implementou para regular a vida sexual da população. Dotada de um perfeito conhecimento da literatura latina, Géraldine Puccini-Delbey consegue que os textos falem,desvendando as relações existentes entre a prática sexual, o prazer feminino e o sentimento amoroso, além de focar os casos de imperadores conhecidos pelos excessos das suas inclinações libidinosas, como Tibério, Calígula e Nero; com reflexos até aos dias de hoje, a sexualidade na Roma Antiga diz-nos muito da sua cultura e da sociedade, as quais a autora analisa e descreve sem qualquer inibição, movida apenas pela vontade de saber e dar a conhecer.