A Ruiva de Auschwitz

Rosie Greenstein já não se encontra entre nós. Estamos a perder todos os sobreviventes do Holocausto, e por mais resilientes que sejam, a verdade é que ninguém resiste à passagem do tempo. Mas muitos deles deixam-nos o seu testemunho, a prova dolorosa do que realmente aconteceu naqueles campos de morte. Deixam-nos o seu legado, uma grande lição sobre o mal que existe no mundo mas também sobre a força que um ser humano concentra em si próprio. Rosie tinha apenas 18 anos quando perdeu tudo e fez uma viagem ao inferno. A sua perseverança e a sua força permitiram-lhe sobreviver e ajudar outros a resistir. É um livro muito duro, o sofrimento que a Rosie e milhares de outros passaram é inimaginável. Os capítulos passados em Auschwitz vão alternando com momentos felizes da vida da protagonista. De um certo modo alivia e suaviza a leitura. Mas se pensarmos bem, torna ainda mais difícil de aceitar. Eram pessoas normais a viverem as suas vidas como nós o fazemos diariamente. E de um dia para o outro todo o mal lhes acontece, sem consolo, sem esperança… Continuarei a ler estes testemunhos, continuarei a conhecer estas história penosas, quase intoleráveis, mas que transmitem mensagens poderosas. Eu tento retirar e absorver um bocadinho da determinação destas pessoas tão especiais, que conseguiram ver uma réstia de luz num mundo de trevas. “Aqueles que não conhecem o passado estão condenados a repetí-lo”. “Lembremo-nos de uma ruiva que era só pele e osso e que dizia que ia viver. Lembremo-nos e façamos deste mundo um lugar no qual vale a pena viver.” Boas leituras! MJ¿¿