A Morte em Veneza

Esta obra retrata o típico amor grego e platónico de um escritor por um homem muito belo que ele pretende que lhe sirva de modelo para que ele possa levar a beleza até ao intelecto, e nas palavras de Thomas Mann: “a natureza estremece de êxtase quando o espírito se inclina em homenagem à beleza”. A cidade de Veneza é o local em que decorre a ação desta narrativa, que é assolada por uma epidemia de cólera da qual virá a morrer o escritor no momento em que contempla pela última vez a beleza do jovem que o hipnotizou desde o primeiro encontro.

Esta narrativa é densa, mas capaz de nos deixar maravilhados com o pormenor descritivo e a transmissão, por palavras, da beleza de Tadzio, dá-nos quase uma sensação de olhar para uma obra de arte. A Morte em Veneza é a história de uma admiração de Aschenbach, escritor, por Tadzio, um jovem descrito como extremamente belo. Conseguimos ver influências filosóficas anteriores ao autor, e foi isso que me fez ler o livro em primeiro lugar. Depois deparei-me com um enredo denso mas belo que acabou por me conquistar. A linguagem utilizada pode exigir, inicialmente, uma adaptação, mas depois torna-se natural e as palavras fluem sem dificuldade. "Sentado na margem, Aschenbach observava-o, como sentado estava quando pela primeira vez aquele olhar de crepúsculo cinza atravessou um umbral e se cruzou com o seu." (pp.113-114 da mesma edição)