A Fome da Pele
de Jorge Fragoso
Sobre o livro
Reconheço traços, em A Fome da Pele, que se manifestavam já na sua poesia anterior: um profundo lirismo de tradição romântica e intimista, uma descrição de lugares e ambiências, a natureza como espaço do amor e da escrita, a amada como metáfora da própria poesia.
Todavia, parece-me que este livro significa um ponto de viragem na obra de Fragoso e penso que esta viragem se deve sobretudo a uma nova consciência acerca da sua prática de escrita e do(s) seu(s) lugar(es) de sujeito(s) poético(s) na relação com o corpo da linguagem, que aqui se faz pele - a sua pele, mas também a pele dos outros, a pele do real dentro e fora de si, a pele da comunidade e da história.