Sobre o livro
Estará o mundo à beira do colapso?
Logo após os atentados reivindicados pela Al Qaeda, o presidente Bush declarou uma "guerra sem fim" contra o terrorismo e os países do "eixo do mal" que culminou com a invasão do Iraque. Na América, muitas vozes se levantaram para defender uma Europa mediadora, apostada em deter a escalada da militarização nos Estados, evitando assim que o mundo assista a uma irremediável polarização entre "civilizações" hostis. A esta exigência, os peritos em estratégia respondem que a diferença entre o peso económico da Europa e a sua fraqueza militar torna ilusória qualquer perspectiva de influência nos problemas mundiais.
Neste livro, Étienne Balibar reflecte sobre as relações entre a identidade colectiva e o poder, partindo de uma "anti-estratégia" que, sobrepondo as exigências da acção à homogeneidade cultural e à forma constitucional, apresenta uma alternativa ao curso actual da "mundialização".
Inspirando-se nas lições da História (guerras nacionais, colonização e descolonização, institucionalização dos conflitos), o autor aborda quatro questões: segurança colectiva numa "ordem pública internacional", desarmamento universal progressivo e controlado, primado da política local sobre a exploração global de "novos conflitos" e construção do conjunto euro-mediterrânico como exemplo de redução das "fracturas" de civilização.