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Sobre o livro
«A arca, vi-a pela primeira vez no início dos anos 60, ainda cheia de manuscritos. Revi-a, há pouco tempo, mais de quarenta anos depois, completamente vazia. A transformação desta massa informe de papéis numa obra universalmente reconhecida a para mim a dupla metáfora do destino póstumo de Pessoa, que o livro aqui apresentado ilustra perfeitamente. Neste sarcófago estava a figura do poeta, alterado em si próprio, enfim, pela eternidade. O espólio era o seu próprio ser, que ele nos deu para consumir, para sempre, numa ardente comunhão espiritual, em memória dele.»
Robert Bréchon
«À medida que se avança na edição do espolio pessoano - usando a metáfora que serve de titulo a este conjunto de ensaios: A Arca de Pessoa -, mais evidente se torna que a obra do poeta lança desafios editoriais e interpretativos que mobilizam uma pluralidade de perspectivas e de disciplinas, ao mesmo tempo que obrigam a rever a tradição critica que se formou e se foi estabelecendo em fases ainda recuadas da divulgação dos inéditos. O contributo de um grande numero de especialistas de várias nacionalidades e bem distintos tanto em termos metodológicos e científicos como nas áreas de interesse (e daí a organização do volume em seis grupos: Cultura e sociedade, Historia e biografia, Filosofia e esoterismo, Literatura e poética, Desassossego e hermenêutica e Desafios editoriais) permite desde logo perceber que estes Novos Ensaios pessoanos, resultantes de um encontro realizado na Universidade de Leipzig em Setembro de 2005, assinalando os setenta anos da morte de Pessoa e a passagem do espolio para o domínio publico, respondem as necessidades de revisão critica e de exploração de áreas que, sobretudo devido as conhecidas circunstancias editoriais, têm permanecido ocultas.»
António Guerreiro