70072: A menina que não sabia odiar
de Lidia Skibicka Maksymowicz e Paolo Rodari
Grátis
Sobre o livro
Lidia Maksymowicz tinha três anos quando, em dezembro de 1943, entrou com a mãe no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, onde foi marcada com o n.º 70072. Durante treze meses, sobreviveu àquele inferno como uma das pequenas cobaias de Josef Mengele, conhecido como «o Anjo da Morte».
Em janeiro de 1945, após a libertação, sai de Auschwitz na companhia de uma mulher polaca, que decidiu adotar um dos «órfãos» deixados num local repleto de cadáveres.
É na casa desta mulher que Lidia vive e cresce. No entanto, a pequena sobrevivente não esquece o seu nome nem a mãe biológica: não deixa de acreditar que a mãe está viva, nem de a procurar. E, de forma quase miraculosa, as duas irão reencontrar-se, dezassete anos depois.
Do campo de concentração, Lidia recorda-se do silêncio necessário para sobreviver, sem poder sequer permitir-se uma emoção. Hoje, volvidos quase oitenta anos da sua prisão, dedica-se a preservar a memória do Holocausto, testemunhando «o que foi o Mal e que o Bem pode sempre prevalecer».
«Recordar é estar atento, porque estas coisas podem acontecer outra vez, partindo de propostas ideológicas que pretendem salvar um povo, e acabam por destruir um povo e a humanidade.» (Do Prefácio do Papa Francisco)
Fechem os olhos e imaginem: dezenas de crianças a balançar para trás e para a frente, em cima de tábuas, numa barraca malcheirosa. Olhos enormes, apáticos, nos pequenos corpos maltratados, apenas pele e osso. No seu olhar…nada…nem raiva, nem ódio, nem amor…. nada… Pequenas crianças, bebés … milhares morreram, alguns sobreviveram…e as suas histórias também merecem ser contadas e não devem ser esquecidas. A memória é traiçoeira, Lídia não sabe se o que se recorda foi o que viveu, se foi o que lhe contaram ou vivido por outros. Com outros testemunhos e com as suas memorias fragmentada a sua história foi reconstruída…algumas coisas nunca se saberá…e é assim que tem de ser.. Este livro é a história de vida de Luda, também conhecida como Lídia, uma sobrevivente de Bikernau. Um testemunho duro e impressionante, como o são todos deste período tão negro da nossa história. Lídia, acredita que ao recordar, está a ajudar gerações futuras a se tornarem pessoas melhores e que não permitirão que este passado regresse…por isso este livro é tão importante. Tenho de saudar a coragem de Lídia e a sua força por ter sobrevivido e por conseguir partilhar com todos nós o seu passado. “Já não tenho lágrimas. Tenho apenas vontade de viver” Espero que se inspirem com suas as palavras!!!