Uma Noite de Agosto
de Victoria Hislop
Sobre o livro
Vinte e cinco de agosto de 1957. Por fim, uma cura foi encontrada e a ilha de Spinalonga fecha a colónia de leprosos. Para muitos, como Maria Petrakis, esta é uma ocasião de júbilo. Para outros tantos, como a sua irmã Anna, o momento é de angústia. Anna está casada com Andreas Vandoulakis, mas mantém uma relação com Manolis, primo do marido e antigo noivo da irmã, que deixou Maria quando esta foi diagnosticada com lepra. Agora, Anna teme que Maria queira Manolis de volta. Mas, antes disso, Andreas descobre que foi traído, e um momento de violência tem consequências devastadoras para todos, marcando-os de forma trágica.
No rescaldo da rutura das duas famílias, a questão de como retomar a normalidade torna-se premente. O estigma e o escândalo precisam de ser enfrentados e, de alguma forma, os atingidos terão de aprender a construir um futuro diferente sobre as ruínas do passado.
Victoria Hislop responde finalmente aos pedidos de milhares de leitores ansiosos por saberem que rumo levaram as vidas dos sobreviventes daquela inesquecível noite de agosto…
Li "A Ilha" em Outubro de 2007. Há quase uma vida atrás! Volvidos quase 15 anos, a autora presenteia-nos com a sequela dessa história. Embora não seja um livro tão rico como o primeiro, é sem dúvida uma história cativante, cheia das paixões e ódios, tão típicos da cultura mediterrânica. Adorei voltar aquela atmosfera, com aroma a tomilho, conhecer os pais de Sofia (mãe de Alexis, do primeiro livro) e a história dessa família. É um livro perfeito para esta altura do ano, onde o calor já vem apertando e as paisagens maravilhosas de Plaka com Spinalonga ao fundo. Uma Noite de Agosto celebra a data em que a Colónia de Spinalonga foi encerrada, após a descoberta da cura para a lepra. Foi também nessa noite que ocorreu um crime passional. O que está por trás dessa morte e de que forma irão sobreviver todos os envolvidos, é o relato fascinante desta história dentro da História. É uma leitura que recomendo. Uma excelente ingressão no universo de Victoria Hislop, para quem não a conhece, e um regresso à leitura desta magnífica autora e ao local onde se desenrola "A Ilha".
Assim que vi que ia ser editado um novo livro da Victoria Hislop fiquei logo entusiasmada e ainda mais fiquei quando percebi que este novo livro era considerado a sequela de A Ilha. No entanto, para mim, Uma Noite de Agosto acaba por ser completamento / desenvolvimento do que aconteceu a algumas personagens após um dos acontecimentos marcantes de A Ilha. Não é portanto uma sequência directa pois, em A Ilha sabemos já algumas coisas que acontecem neste livro. Reencontramos então as personagens que conhecemos em A Ilha e vamos ficar a saber melhor o que aconteceu após aquele acontecimento, como marcou algumas personagens. Gostei muito de ficarmos a conhecer melhor Manolis e o que lhe aconteceu mas também como Maria lidou com Andreas (desculpem mas não posso mesmo revelar mais para não fazer spoilers). Se o livro pecou em alguma coisa, foi por ser tão pequeno e talvez a autora pudesse ter aprofundado um pouco mais a história de Maria pois acredito que o seu regresso à aldeia, após ter deixado a ilha de Spinalonga, não deva ter sido fácil e teria lidado com muito preconceito. É uma pequena história de amor e perdão, e que se foca em como as personagens refazem as suas vidas após um acontecimento trágico.
“A ilha” foi um dos livros que este ano, mais me surpreendeu pela positiva. Esperava um romance nas praias gregas mas saiu-me uma história impressionante sobre uma das mais importantes colónias de leprosos. Em “Uma noite de agosto” relembramos um momento fatídico do livro anterior e acompanhamos o destino de algumas personagens secundárias, mas não menos importantes, do primeiro livro. Apesar de ter gostado de saber mais pormenores sobre o futuro de certas personagens, pensei que se ia focar nos habitantes da ilha de Spinalonga e que iria explorar o que sentiram os sobreviventes com o peso e o estigma da doença. “A ilha” vai ter sempre um lugar especial e aconselho a lerem-no primeiro. Caso contrário, vão apanhar imensos “spoilers” e, apesar de conseguirem compreender a narrativa, penso que perde um pouco do encanto.