Os Despojados
de Ursula K. Le Guin
Sobre o livro
A jornada de um homem em busca da reconciliação de dois mundos Em Anarres, um planeta conhecido pelas extensas áreas desérticas e habitado por uma comunidade proletária, vive Shevek, um físico brilhante que acaba de fazer uma descoberta científica que vai revolucionar a civilização interplanetária. No entanto, Shevek cedo se apercebe do ódio e desconfiança que isolam o seu povo do resto do universo, em especial, do planeta gémeo, Urras. Em Urras, um planeta de recursos abundantes, impera um sistema capitalista que atrai Shevek, decidido a encontrar mais liberdade e tolerância.
Mas a sua inocência começa a desaparecer perante a realidade amarga de estar a ser usado como peão num jogo político letal. Que esperança e idealismo restam a Shevek, aprisionado entre dois mundos incapazes de ultrapassar as diferenças? E ao desafiar ambos os regimes políticos, conseguirá ele abrir caminho para os ventos da mudança?
O protagonista é Shevek, um físico natural de Anarres que é convidado a visitar o planeta Urras, o que por si só consiste numa inovação para ambas as civilizações. Anarres é visto pelos urrastis como uma lua, lugar que sabem ser habitado mas que nem por isso guardam grande interesse em visitar. Enquanto Urras é uma sociedade capitalista, Anarres é um mundo muito mais livre, onde nem o dinheiro nem o altruísmo possuem valor. O Inferno dos Anarrestis é a própria Urras, um mundo onde todos tentam aproveitar-se uns dos outros para fins comerciais ou políticos. Em grande parte do livro, entre saltos constantes entre o passado e o futuro, fica patente a ideia de que a revolução é sempre necessária seja num país capitalista, seja num planeta anarco-sindicalista. Um livro para refletir, acima de tudo, sobre aquilo que nós pensamos de nós mesmos e da sociedade onde vivemos. E ''A nossa identidade coletiva.'' Se gostou de "Os Despojados" leia também "Flatland", de Edwin A. Abbott