O Lugar Das Árvores Tristes
de Lénia Rufino
Sobre o livro
Isabel não tinha medo dos mortos. Gostava de passear por entre as campas do cemitério, a recuperar as histórias da morte daquelas pessoas. Quando a falta de alguma informação lhe acicatava a curiosidade, perguntava à mãe...
Quando esta se recusa a dar-lhe uma resposta sobre uma mulher chamada Eulália, Isabel inicia uma busca por esclarecimentos. Só que ninguém quer falar sobre o assunto e, inesperadamente, Isabel vê-se confrontada com uma teia de mentiras, maldade, enganos e crimes que a levam a compreender o passado misterioso da mãe e a forma quase anestesiada da sua existência.
Um romance de estreia profundamente sagaz e envolvente que faz um retrato do interior português preso na tradição religiosa da década de 1970.
Este livro mexeu comigo em formas tão distintas. Por se passar num local tão perto e pelo qual tenho uma ligação e uma ponte muito forte envolvi-me cada vez mais nesta história e nas crenças que despertam dela. Sufocante e enigmático leva-nos numa verdadeira missão de auto descoberta e desconstrução de crenças.
Fiquei rendida assim que li a primeira página. Revi momentos e lugares nesta história tão bonita, e com personagens tão bem construídos. Recomendo muito!!!
A primeira obra da autora... e que obra! Uma escrita fluida, envolvente, que nos prende desde as primeiras páginas. Uma história que mexe connosco. Personagens que nos marcam e acompanham muito depois de termos acabado a leitura! Muito curiosa por ler mais da Lénia!!
É difícil imaginar que esta é a primeira obra publicada de Lénia Rufino. Numa escrita fluida e lindíssima pela sua subtileza de detalhes, somos levados ao interior do nosso Portugal em finais de 1960, pleno Estado Novo. O retrato que é traçado sobre a influência da religião neste vilarejo é "sufocante" e faz-nos querer impor justiça numa época em que a mulher era completamente desvalorizada. Fiquei rendida à história e completamente afeiçoada a estas personagens. O final, apesar de um pouco apressado, deixa tudo em aberto o que me deixa com esperanças de ler mais da Lénia Rufino.