Inês De Castro
de Isabel Stilwell
Sobre o livro
«— Repara agora na estrela que ali mais brilha - disse-lhe. — Que parece um bocadinho encarnada? Inês franziu o rosto para ver melhor. — O seu nome, na minha língua, é Schedir. O coração da rainha. Mas foi o meu coração que saltou no peito, quando Zulema acrescentou: — Estava mais brilhante do que nunca no dia em que nasceste.» Inês de Castro tremia na sua presença. Afonso IV era o rei que levara à morte o meio-irmão, Afonso Sanches, o seu adorado tio que a havia recebido como uma filha. O homem que tirara tudo à sua família. O homem que a expulsara sem dó nem piedade da corte para a afastar do seu único filho, acusando-a de ser uma perigosa espia. O homem que humilhava o seu Pedro que, tropeçando nas palavras, não conseguia impor-se ao pai e afirmar o amor por ela. O homem que nascera sob a estrela de Algol, como a avisara repetidas vezes a sua querida Zulema. Algol, a estrela do demónio... Quando Inês ouviu o galope dos cavalos e viu o estandarte real caiu de joelhos e implorou, olhando os sete anéis de Afonso IV que a hipnotizavam. Mas o seu destino estava traçado. Mais uma vez Pedro lhe falhara, cobarde, frágil, não estava ali para a defender, para gritar que ela era sua mulher, casados perante Deus, mãe dos seus filhos legítimos .... Isabel Stilwell, autora best-seller de romances históricos, traz-nos Inês de Castro, protagonista da maior história de amor de Portugal. Imortalizada nos espantosos túmulos de Alcobaça, contada em livros, quadros e lendas. Entre Portugal e Castela, entre intrigas, traições e casamentos reais, Isabel Stilwell traça, ao som do alaúde, o seu retrato de Inês de Castro, uma ágil espia que moveu as peças no tabuleiro do poder, amante apaixonada que enfeitiçava com os seus olhos verdes e, por fim, rainha de Portugal. Uma história que ficou para sempre gravada em pedra. A história de Inês de Castro como nunca ninguém a contou.
Isabel Stilwell pela sua pena dá vida a Inês de Castro, levando o leitor a descobrir a mulher "de carne e osso" que viveu, amou, odiou. Uma Inês diferente da dos livros de história que - "só" foi o grande amor de D. Pedro e vitima do ódio de D. Afonso IV. Isabel Stilwell conta a estória de Inês, para além da Amante de D. Pedro, que foi "jogadora" e "peça" no tabuleiro dos jogos de poder entre Portugal e Castela, que foi movida por paixões, interesses, intrigas, traições, vinganças, morrendo vítima do amor e do ódio.
A Isabel Stillwell tem um dom. O dom de contar histórias e de nos encantar com a história do nosso país. Pelas suas palavras acompanhamos a vida de Inês de Castro, desde a sua infância até à sua morte. Com especial ênfase no seu romance com D. Pedro, herdeiro do trono de Portugal. Todos nós já ouvimos sobre este trágico amor. No entanto, pelas palavras de Isabel, sentimos todos os pormenores e tudo ganha uma nova dimensão. Entramos nas cortes de Portugal e Espanha e vivemos as traições e maquinações próprias da época. Inês, na sua ambição e ingenuidade, vê-se envolvida numa teia de intrigas, até que se apaixona por Pedro e espera que este a torne sua esposa legítima. Condição que, como sabemos, nunca aconteceu. A falta de coragem do amante para enfrentar o pai, o temível D.Afonso IV, é exasperante e evidente. Nunca tinha pensado sob este ponto de vista e é realmente o mais lógico. A escrita da Isabel é irrepreensível, toda a contextualização é muito cuidada e nada maçadora. Dando liberdade à sua imaginação, alinhavada com factos históricos concretos, consegue desfiar uma narrativa chamativa e apaixonante. Aconselho a todos esta leitura, para assim conhecerem melhor a nossa mais trágica história de amor. Só tive pena que a vingança de Pedro não tivesse sido mais explorada. Gostava muito de saber mais exatamente o que aconteceu.