A Tatuadora De Jaipur
de Alka Joshi
Sobre o livro
Aos dezassete anos, Lakshmi foge de um casamento arranjado e ruma a Jaipur, a vibrante metrópole cor-de-rosa. É lá que se reinventa como artista, conseguindo tornar-se tatuadora de hena das mulheres mais ricas da cidade, que a buscam atraídas pelo talento mas também pelos seus poderes de curandeira e pela sua discrição como confidente. Mas embora muitos segredos lhe sejam revelados, os dela têm de permanecer guardados a sete chaves.
À medida que a popularidade de Lakshmi aumenta, também os seus esforços para proteger a reputação e a carreira se intensificam. A ameaça, porém, não tarda a bater-lhe à porta: o marido encontrou-a, tem um plano, e não está sozinho, vem acompanhado de uma menina de treze anos, Radha, a irmã que a Lakshmi não sabia ter.
Radha é curiosa e rebelde, uma combinação perigosa que preocupa Lakshmi. Agora que as vidas de ambas estão intrinsecamente ligadas, será ela capaz de manter a liberdade que conquistou a pulso e, ainda assim, proteger a irmã?
Exótico e envolvente, A Tatuadora de Jaipur é um retrato fulgurante de um país e de uma mulher. Há algo de mítico (e místico) na sabedoria ancestral de Lakshmi e na sua ânsia por liberdade numa sociedade que oscila ainda entre as velhas tradições e a modernidade, um mundo que é simultaneamente sumptuoso e fascinante, austero e cruel.
Esta é uma história de amor-próprio e perseverança, de vingança… e perdão.
Comentários
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Uma leitura extraordinária!
Adorei embarcar na história de Lakshmi, uma mulher que decidiu fazer o impensável, largar o marido abusador e fazer-se à vida. Numa época onde a Índia acabava de sair do jugo britânico, e onde as mulheres que abandonam o lar são um estigma para si e para as suas famílias, ela conseguiu reinventar-se, tornando-se numa famosa tatuadora de hena das mulheres mais ricas de Jaipur. Ela é recetáculo dos seus segredos e desejos, ajudando-as de todas as formas possíveis, utilizando para isso os conhecimentos de curandeira que lhe forma passados pela sogra. Mas, como em todas as histórias, não há bela sem senão, e o passado acaba por ressurgir no presente de Lakshimi, baralhando-lhe a vida e trocando-lhe as voltas. Foi uma viagem maravilhosa. Intensa. Plena de cheiros e cores. Vibrei com cada conquista de Lakshimi e sofri com cada derrota. Terminei a leitura com os meus sentidos em alerta máximo, desejando continuar a ler sobre esta mulher tão fascinante e sobre o novo capítulo que decidiu encetar. Será que vai haver continuação? I wish.
Um olhar íntimo da condição de uma mulher rebelde na sociedade indiana em meados de 1950. É uma leitura prazerosa com várias reviravoltas e personagens fascinantes. Adorei conhecer mais um pouco da cultura da Índia.