Victor Torres
Biografia
Victor Manuel Mendonça Torres nasceu em abril de 1958, em Moçâmedes, Angola, sendo descendente direto de luso-brasileiros da segunda migração que chegou de Pernambuco, no Brasil para viver naquela baía entre o mar e o deserto, local inóspito onde começava a despontar o projeto da cidade que hoje ali encontramos.
Em 1975, dias antes do 11 de novembro em que a desejada independência de Angola foi proclamada, aterra em Lisboa, "o sítio para onde o avião me trouxe". Sozinho, ainda menor, descobre-se num país desconhecido, sem nacionalidade nem futuro.
Estudou, trabalhou nos mais diversos empregos ("desde empregado de mesa, no Algarve, a empresário"). Nunca se adaptou completamente. No final da década de 1980, a crescente abertura de Angola ao exterior permitiu-lhe responder ao chamamento e regressou a Moçâmedes.
Desde então tem dividido a sua vida entre Angola e Portugal.
E porque, como disse o pensador irlandês Edmund Burke, "Um povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la", decidiu deixar escrito o seu testemunho.
Em 1975, dias antes do 11 de novembro em que a desejada independência de Angola foi proclamada, aterra em Lisboa, "o sítio para onde o avião me trouxe". Sozinho, ainda menor, descobre-se num país desconhecido, sem nacionalidade nem futuro.
Estudou, trabalhou nos mais diversos empregos ("desde empregado de mesa, no Algarve, a empresário"). Nunca se adaptou completamente. No final da década de 1980, a crescente abertura de Angola ao exterior permitiu-lhe responder ao chamamento e regressou a Moçâmedes.
Desde então tem dividido a sua vida entre Angola e Portugal.
E porque, como disse o pensador irlandês Edmund Burke, "Um povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la", decidiu deixar escrito o seu testemunho.
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Caraculo
Nas minhas passagens por Luanda para lançamento de livros e encontros com os nossos escritores e leitores, descobri a Alma do Torres em longas conversas à mesa de jantar.
Para este velho amigo da família, o tema de debate era quase sempre o Sul, o Deserto, a História e a frustração no processo de construção do País, no ar ficava a promessa de passar as suas histórias para o papel. Esta ideia vinha ao encontro da mensagem que eu ia promovendo junto dos mais-velhos angolanos: é urgente passar para o papel as vivências que se vão perdendo na bruma do esquecimento.
A família Torres viveu de perto a fundação de três países: Portugal (5 de Outubro de 1143), Brasil (7 de Setembro de 1822) e Angola (11 de Novembro de 1975).
Das muitas narrativas contadas, recordo que sendo Moçâmedes uma espécie de ilha, de um lado o deserto do outro o mar, o seu comércio era feito por barco na ilha de Santa Helena e no Congo, territórios distantes dos portos das cidades costeiras de Benguela e Luanda. Uma outra memória que retive foi a relação da família com os Mucubais, os verdadeiros donos da terra que foram assassinados e deportados pelo Estado Português, em 1940.
Estas são algumas das histórias incríveis de uma família, no tempo Colonial, que temos o privilégio de publicar e às quais juntámos uma pequena parte do seu álbum fotográfico do século XIX e XX. Do acervo publicado revelam-se fotografias inéditas de um dos mais estudados fotógrafos portugueses do século XIX, Cunha Morais, também ele membro da família Torres.
Esta é mais uma edição rara das nossas editoras que revelamos no estranho ano de 2020.
Para este velho amigo da família, o tema de debate era quase sempre o Sul, o Deserto, a História e a frustração no processo de construção do País, no ar ficava a promessa de passar as suas histórias para o papel. Esta ideia vinha ao encontro da mensagem que eu ia promovendo junto dos mais-velhos angolanos: é urgente passar para o papel as vivências que se vão perdendo na bruma do esquecimento.
A família Torres viveu de perto a fundação de três países: Portugal (5 de Outubro de 1143), Brasil (7 de Setembro de 1822) e Angola (11 de Novembro de 1975).
Das muitas narrativas contadas, recordo que sendo Moçâmedes uma espécie de ilha, de um lado o deserto do outro o mar, o seu comércio era feito por barco na ilha de Santa Helena e no Congo, territórios distantes dos portos das cidades costeiras de Benguela e Luanda. Uma outra memória que retive foi a relação da família com os Mucubais, os verdadeiros donos da terra que foram assassinados e deportados pelo Estado Português, em 1940.
Estas são algumas das histórias incríveis de uma família, no tempo Colonial, que temos o privilégio de publicar e às quais juntámos uma pequena parte do seu álbum fotográfico do século XIX e XX. Do acervo publicado revelam-se fotografias inéditas de um dos mais estudados fotógrafos portugueses do século XIX, Cunha Morais, também ele membro da família Torres.
Esta é mais uma edição rara das nossas editoras que revelamos no estranho ano de 2020.
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