Soeiro Pereira Gomes
Biografia
Joaquim Soeiro Pereira Gomes (Baião, 1909 – Lisboa, 1949) estudou em Espinho e Coimbra (onde tirou o curso de regente agrícola) e trabalhou em Angola. Fixou-se em Alhandra e, a partir de 1939, começa a escrever no semanário oposicionista O Diabo. Tendo aderido ao PCP em 1937, passou à clandestinidade em 1944, sendo eleito para o Comité Central em 1946. Além de Esteiros (cujo desenho da capa da primeira edição é de Álvaro Cunhal), na sua bibliografia há ainda outro romance, Engrenagem (publicação póstuma em 1951), bem como recolhas de contos (Contos Vermelhos ou Refúgio Perdido e Outros Contos) e de crónicas. A sua correspondência com a mulher, Manuela Câncio dos Reis, está publicada no livro Eles Vieram de Madrugada (1981).
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Um Escritor sem Tempo
«As cartas respeitam ao período de Agosto de 1936 a Março de 1944, vale dizer, os anos alhandrenses até à greve do dia 8 de Maio desse 1944, quando Joaquim deu o salto, foi para a clandestinidade, de onde reaparecerá, doente por um cancro nos pulmões, poucos dias antes de morrer, o que aconteceu a 5 de Dezembro de 1949.
As cartas são para os irmãos mais jovens, Alfredo e Jaime, antes estudantes e depois professor de matemática o primeiro e engenheiro o outro. E são cartas familiares: a saúde de Alfredo, os problemas de emprego de Jaime, o trabalho na Emissora de Manuela e a preparação das revistas em Alhandra; a preocupação pelos pais, antes pelos Pais — assim, com letra maiúscula sempre —, a quem envia cada mês o kilo, uma contribuição em dinheiro; os encontros com a irmã Alice e seu marido, o crítico e poeta Adolfo Casais Monteiro; o retorno de África do irmão Alexandre, que, como Joaquim, tinha partido à procura de trabalho; o cotidiano de Alhandra, o cinema e as viagens a Lisboa com Manuela, os passeios de barco Tejo acima; o interesse pela cultura política e literária do próprio tempo.»
Da introdução de Giovanni Ricciardi
As cartas são para os irmãos mais jovens, Alfredo e Jaime, antes estudantes e depois professor de matemática o primeiro e engenheiro o outro. E são cartas familiares: a saúde de Alfredo, os problemas de emprego de Jaime, o trabalho na Emissora de Manuela e a preparação das revistas em Alhandra; a preocupação pelos pais, antes pelos Pais — assim, com letra maiúscula sempre —, a quem envia cada mês o kilo, uma contribuição em dinheiro; os encontros com a irmã Alice e seu marido, o crítico e poeta Adolfo Casais Monteiro; o retorno de África do irmão Alexandre, que, como Joaquim, tinha partido à procura de trabalho; o cotidiano de Alhandra, o cinema e as viagens a Lisboa com Manuela, os passeios de barco Tejo acima; o interesse pela cultura política e literária do próprio tempo.»
Da introdução de Giovanni Ricciardi