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A Singularidade Humana do Antropoceno
No atual quadro geoestratégico e geopolítico de ataque sistemático a conquistas civilizacionais que julgávamos inamovíveis, do ressurgimento de populismos que apelam aos instintos básicos dos cidadãos, do esboroamento lento mas persistente dos valores democráticos e da manifestação crescente, em várias geografias, de evidências políticas adversas ao estabelecimento de uma relação harmoniosa entre todos os habitantes deste planeta, não nos parece provável que a manta de retalhos à qual se convencionou chamar humanidade se una, por fim, no maior desafio que alguma vez enfrentou (é também certo que jamais enfrentará outro qualquer se não vencer este), e retroceda tanto quanto possível perante a provável ultrapassagem do ponto infinito do espaço-tempo humano. Em duas palavras: que queira e vá a tempo de evitar a singularidade do Antropoceno.