Rui Almeida
Biografia
Rui Almeida nasceu em Lisboa em 1972 e publicou os seguintes livros de poemas: Lábio Cortado (Torres Vedras: Livrododia, 2009), Caderno de Milfontes (Nazaré: volta d'mar, 2011), Leis da Separação (Coimbra: Medula, 2013), Temor Único Imenso (Fafe: Labirinto, 2014), A solidão como um sentido, seguido de Desespero (Lisboa: Lua de Marfim, 2016), Muito, Menos (Lajes do Pico: Companhia das Ilhas, 2016), Talvez a Dúvida (Lisboa: Douda Correria, 2016), A pedra não pode ser coração (Coimbra: do lado esquerdo, 2017) e Higiene (Nazaré: volta d'mar, 2019). Tem colaboração dispersa por várias antologias e revistas. Mantém, desde 2003, o blogue "Poesia distribuída na rua" (ruialme.blogspot.com).
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Cinco Cavalos Abatidos e Outros Poemas
Rui Almeida - uma das vozes mais sólidas e seguras da contemporaneidade poética portuguesa - regressa à Companhia das Ilhas. A poderosa e desoladora imagem do título - Cinco Cavalos Abatidos - corresponde-se com um título noticioso do dia último de 2013 e constitui uma chave de leitura para estes poemas, em que se conjuga uma crítica implacável à realidade contemporânea com um aproveitamento prodigioso do material poético do quotidiano.
Alguns destes textos remetem para outras obras artísticas, sobretudo nos campos da fotografia e da pintura, para a partir delas urdir um diálogo intenso com a actualidade, fundindo o olhar do poeta e o do cronista, num retrato avassalador que percorre a geografia nacional e a indigência das suas instituições, se desmaterializa e censura sem tréguas a hegemonia capitalista global e os seus algozes sem rosto, e a que sequer falta a reprovação dos oprimidos da ordem instituída, à qual, alienados, não oferecem resistência: «escravos do que consumis, escravos / do que vos consome, esse Saturno / Insaciável, a quem tratais / Por pai e vos devora sem piedade». Cinco Cavalos Abatidos foi um título de notícia que se transmudou em título de um livro e de um poema nele contido - mas podia ser o de uma fotografia ou o de uma pintura, onde nos reveríamos todos assim, mortos «sem motivo aparente», sem tão-somente direito de encarar os nossos carrascos, despojados de préstimo ou elevação, deserdados da «História, à qual tudo perdoamos / em nome da erudição / (…) / na heterodoxa afasia / que tanto alívio dá à memória».
Alguns destes textos remetem para outras obras artísticas, sobretudo nos campos da fotografia e da pintura, para a partir delas urdir um diálogo intenso com a actualidade, fundindo o olhar do poeta e o do cronista, num retrato avassalador que percorre a geografia nacional e a indigência das suas instituições, se desmaterializa e censura sem tréguas a hegemonia capitalista global e os seus algozes sem rosto, e a que sequer falta a reprovação dos oprimidos da ordem instituída, à qual, alienados, não oferecem resistência: «escravos do que consumis, escravos / do que vos consome, esse Saturno / Insaciável, a quem tratais / Por pai e vos devora sem piedade». Cinco Cavalos Abatidos foi um título de notícia que se transmudou em título de um livro e de um poema nele contido - mas podia ser o de uma fotografia ou o de uma pintura, onde nos reveríamos todos assim, mortos «sem motivo aparente», sem tão-somente direito de encarar os nossos carrascos, despojados de préstimo ou elevação, deserdados da «História, à qual tudo perdoamos / em nome da erudição / (…) / na heterodoxa afasia / que tanto alívio dá à memória».
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