Roland Topor
Biografia
Roland Topor (1938-1997), pintor, ilustrador, poeta, cançonetista, dramaturgo, encenador, cineasta e fotógrafo, artista francês impossível de catalogar, começou por destacar-se com os desenhos grotescos que publicou na revista satírica Hara-Kiri. Vencedor do Grand Prix de L’Humour Noir em 1961, bebeu dos surrealistas e respondeu-lhes com o movimento Pânico, que fundou com Fernando Arrabal e Alejandro Jodorowsky, entre outros. O seu primeiro e mais celebrado romance, Le Locataire chimérique (1964), adaptado ao cinema por Roman Polanski (O Inquilino, 1976), conta a história de um burocrata a braços com crises de identidade e paranoia. Em texto como em imagens, Topor atira-nos para um mundo do avesso, e a crueldade animalesca, o erotismo, a escatologia e a tétrica ironia das suas obras valeram-lhe o desprezo de críticos, vários projetos ruinosos e ameaças de morte quotidianas. O prazer foi todo dele.
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O Inquilino Quiméricoa
Adaptado ao cinema por Roman Polanski em 1976, O Inquilino Quimérico (1964) é, além de um clássico do humor negro com recortes kafkianos, uma obra que aborda temas decerto familiares a alguns leitores: a má vizinhança, os problemas de condomínio e as agruras da propriedade horizontal.
Quando Trelkovsky, um novo inquilino num prédio parisiense, se vê subitamente alvo do ódio dos vizinhos, entra numa crise - imobiliária e existencial - com um desfecho imprevisível. A paranoia cresce na medida da hostilidade ao recém-chegado, e resta um dilema: submeter-se à maioria e às suas regras ou seguir o caminho da insanidade?
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