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Contos da Emigração
O livro Contos da Emigração - Homens que Sofrem de Sonhos, um título bonito e romântico, apresenta um conjunto de dez histórias ficcionadas sobre uma realidade muito poderosa, que é a emigração portuguesa, que é vasta e está espalhada por todos os continentes. Nos contos, bem escritos e bastante expressivos, os portugueses estão representados na sua complexidade social, psicológica, económica e cultural, que caracteriza a vida daqueles que um dia se sentiram impelidos a deixar o país, para procurarem noutras paragens as oportunidades que não encontravam em Portugal, para terem mais horizontes para si e para os seus.
Mesmo que também haja quem partiu levado pela aventura e pela curiosidade de conhecer o mundo, algo igualmente familiar aos portugueses a colectânea inicia-se com um conto de Ana Cristina Silva (Prémio Fernando Namora) que relata a passagem a salto para terras de França nos anos sessenta, cujo título é exactamente a salto. Também as aventuras e tragédias da viagem de um emigrante até ao país de acolhimento servem de cenário ao extraordinário conto de José Rodrigues Migues, O Viajante Clandestino.
Os contos de Cristina Torrão e Isabel Mateus - respectivamente, Vidas Adiadas e o Apelo do Vale - centram-se nos dramas da emigração dos anos sessenta, nas horas excessivas de trabalho dos emigrantes, no desencontro com os filhos que não são criados pelos pais porque ficaram em Portugal e no desencontro com o próprio Portugal, quando passados anos, demasiados anos depois, regressam ao seu país.
Nuno Gomes Garcia (semifinalista do prémio Leya), no conto O Sobrinho, coloca os dramas da emigração dos anos setenta e da emigração recente num país de cenouras para onde emigram as cebolas. Esse registo metaforizado permite-lhe a abordar a exploração dos emigrantes mais antigos e dos recém-chegados e a discriminação e violência em relação aos emigrantes.
O conto de Rita Uva, Partida Largada, Fugida, centra-se igualmente na emigração recente de jovens quadros por causa da crise, o primeiro impacto da vida na Alemanha e a sua inevitável adaptação.
Gabriela Ruivo Trindade (Prémio Leya), Miguel Szymanski e Luísa Coelho partilham nos seus contos o tema da interculturalidade e da questão das origens culturais. Cab Driver de Gabriela Ruivo Trindade relata-nos as aventuras e percepções de um taxista português emigrado em Londres em relação a clientes de diferentes culturas. A minha Bicicleta Verde é um conto autobiográfico sobre as origens portuguesas e alemãs do autor.
Luísa Coelho, por seu lado, no conto Uma História Verdadeira, explora o cruzamento de culturas europeias na origem de uma personagem africana.
Por último, a colectânea contém ainda um conto do nosso grande Eça de Queirós, - Um Poeta Lírico - que nos conta a história de um poeta grego, nas andanças do narrador pela Inglaterra.
Mesmo que também haja quem partiu levado pela aventura e pela curiosidade de conhecer o mundo, algo igualmente familiar aos portugueses a colectânea inicia-se com um conto de Ana Cristina Silva (Prémio Fernando Namora) que relata a passagem a salto para terras de França nos anos sessenta, cujo título é exactamente a salto. Também as aventuras e tragédias da viagem de um emigrante até ao país de acolhimento servem de cenário ao extraordinário conto de José Rodrigues Migues, O Viajante Clandestino.
Os contos de Cristina Torrão e Isabel Mateus - respectivamente, Vidas Adiadas e o Apelo do Vale - centram-se nos dramas da emigração dos anos sessenta, nas horas excessivas de trabalho dos emigrantes, no desencontro com os filhos que não são criados pelos pais porque ficaram em Portugal e no desencontro com o próprio Portugal, quando passados anos, demasiados anos depois, regressam ao seu país.
Nuno Gomes Garcia (semifinalista do prémio Leya), no conto O Sobrinho, coloca os dramas da emigração dos anos setenta e da emigração recente num país de cenouras para onde emigram as cebolas. Esse registo metaforizado permite-lhe a abordar a exploração dos emigrantes mais antigos e dos recém-chegados e a discriminação e violência em relação aos emigrantes.
O conto de Rita Uva, Partida Largada, Fugida, centra-se igualmente na emigração recente de jovens quadros por causa da crise, o primeiro impacto da vida na Alemanha e a sua inevitável adaptação.
Gabriela Ruivo Trindade (Prémio Leya), Miguel Szymanski e Luísa Coelho partilham nos seus contos o tema da interculturalidade e da questão das origens culturais. Cab Driver de Gabriela Ruivo Trindade relata-nos as aventuras e percepções de um taxista português emigrado em Londres em relação a clientes de diferentes culturas. A minha Bicicleta Verde é um conto autobiográfico sobre as origens portuguesas e alemãs do autor.
Luísa Coelho, por seu lado, no conto Uma História Verdadeira, explora o cruzamento de culturas europeias na origem de uma personagem africana.
Por último, a colectânea contém ainda um conto do nosso grande Eça de Queirós, - Um Poeta Lírico - que nos conta a história de um poeta grego, nas andanças do narrador pela Inglaterra.