Ramón Del Valle-Inclán
Biografia
Ramón del Valle-Inclán nasceu em Vilanova de Arousa, (Pontevedra), em 1866, numa família da aristocracia galega com convicções liberais. Frequentou o curso de Direito na Universidade de Santiago de Compostela, sem, no entanto, o concluir. Em Madrid, para onde vai em 1890, inicia a sua atividade literária, escrevendo contos e artigos para a imprensa. Viajou para o México em 1892. E em 1895 publica o seu primeiro livro, Femininas. Instala-se em Madrid em 96-97, no tumulto daqueles anos em que desponta um século novo, por entre a boémia, a rebeldia, a febre modernista, as tertúlias literárias fervilhantes de inovações. É ferido num duelo com Manuel Bueno, e sofrerá, em consequência dessa ferida, a amputação do braço esquerdo. Vai publicando contos, traduções, artigos até que, em 1902, publica Sonata de Outono<7i>, iniciando uma das mais inovadoras obras literárias de Espanha, reconhecida internacionalmente. Seguem-se as demais Sonatas [de Verão (1903), de Primavera (1904) e de Inverno (1905)] e, com elas, a invenção de uma personagem, o Marquês de Bradomín que ombreia com os grandes mitos da literatura clássica, como Don Juan. Depois do seu casamento com a atriz Josefina Blanco, escreve para o teatro a série Comedias Bárbaras [Àguila de Blasón, [1907, Romance de Lobos, 1908, Cara de Plata, 1909), amplo panorama social onde começa a desenhar-se a deformação dramática que irá caracterizar a sua obra posterior. Foi professor na Academia de San Fernando (1916). E será em 1920 que publica, entre outras peças, Divinas Palavras e Luces de Bohemia, o seu primeiro esperpento, termo que inventou para designar a sua peculiar maneira de deformar o mundo ("os heróis clássicos refletidos num espelho côncavo dão o esperpento", escreve), mordaz, dramática, grotesca. Continuará a escrever teatro, sendo mundialmente representadas as peças que recolheu em Martes de Carnaval (Los Cuernos de Don Friolera, de 1925, Las Galas del Difunto, (1926), La Hija del Capitan (1927). De 1926 é o seu romance mais célebre, Tirano Banderas, retrato de uma ditadura sul-americana que viria a influenciar toda a literatura posterior. A instauração da República em 1931 trouxe-lhe algum reconhecimento público, e chegou a ser presidente do Ateneo de Madrid (1932). Morreu em Santiago de Compostela, aos 69 anos, em 1936. É por muitos considerado o maior dramaturgo espanhol do século XX.
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Sonata de Estio
Nas Sonatas de Ramón del Valle Inclán, o exemplo mais notável do modernismo na literatura espanhola, o Marquês de Bradomín, personagem fictícia, é «um admirável Don Juan», «feio, católico e sentimental», que narra uma série de memórias de natureza amorosa. Cada estação do ano corresponde a um romance e a uma etapa da vida, com um cenário diferente.
O México é o palco central de Sonata de Estio, obra marcada por uma prosa lírica vibrante e pelo recurso a um conceito literário criado por Valle Inclán, o esperpento, em que a realidade é distorcida, acentuando os seus elementos mais grotescos.
Em Sonata de Estio, o Marquês de Bradomín, numa peregrinação romântica para esquecer amores desafortunados, apaixona-se pela crioula Niña Chole. Descobre que a bela crioula está a fugir do próprio pai, com quem mantém uma relação incestuosa. Uma história de amor e morte.
O México é o palco central de Sonata de Estio, obra marcada por uma prosa lírica vibrante e pelo recurso a um conceito literário criado por Valle Inclán, o esperpento, em que a realidade é distorcida, acentuando os seus elementos mais grotescos.
Em Sonata de Estio, o Marquês de Bradomín, numa peregrinação romântica para esquecer amores desafortunados, apaixona-se pela crioula Niña Chole. Descobre que a bela crioula está a fugir do próprio pai, com quem mantém uma relação incestuosa. Uma história de amor e morte.