Pedro C.
Biografia
Pedro C. nasceu em 1948 nos arredores de Tunes, um centro ferroviário que cresceu no entroncamento da linha do Barreiro com o troço que liga Vila Real de Santo António a Lagos.
Filho de ferroviário, à semelhança de 90% da população, aí cresceu e completou o ensino primário. Em Faro conclui o 7.º ano do Liceu, dividindo as atividades escolares com a prática de futebol no Sporting Clube Farense durante seis anos, dando corpo a uma inclinação para as atividades desportivas, que viria a abraçar mais tarde.
Em 1969 um simples mas afiado expediente burocrático do regime da altura impediu-o de ingressar na Universidade. Porque a guerra estava primeiro (numa altura em que esta já agonizava, prenunciando o 25 de Abril de 1974) foi incorporado na EPI em Mafra em abril de 1970, vindo a ser arvorado Capitão Miliciano com 23 anos de idade.
Comandou a Companhia de Caçadores 3441 em Angola, contabilizando 1400 dias de serviço militar, uma saga relatada no livro Capitães do Vento e complementada num outro trabalho, O Último Inferno.
Regressado de África em 15 de Janeiro de 1974 procurou recuperar o tempo perdido na guerra, tentando ingressar na Universidade. O 25 de Abril e o PREC da altura adiaram mais uma vez este intento, que viria apenas a concretizar-se em Dezembro de 1974. Em 1978 terminou o curso do INEF, hoje Faculdade de Motricidade Humana.
Escreveu também Não há Escola!, Conto Vivo e A Junta.
Filho de ferroviário, à semelhança de 90% da população, aí cresceu e completou o ensino primário. Em Faro conclui o 7.º ano do Liceu, dividindo as atividades escolares com a prática de futebol no Sporting Clube Farense durante seis anos, dando corpo a uma inclinação para as atividades desportivas, que viria a abraçar mais tarde.
Em 1969 um simples mas afiado expediente burocrático do regime da altura impediu-o de ingressar na Universidade. Porque a guerra estava primeiro (numa altura em que esta já agonizava, prenunciando o 25 de Abril de 1974) foi incorporado na EPI em Mafra em abril de 1970, vindo a ser arvorado Capitão Miliciano com 23 anos de idade.
Comandou a Companhia de Caçadores 3441 em Angola, contabilizando 1400 dias de serviço militar, uma saga relatada no livro Capitães do Vento e complementada num outro trabalho, O Último Inferno.
Regressado de África em 15 de Janeiro de 1974 procurou recuperar o tempo perdido na guerra, tentando ingressar na Universidade. O 25 de Abril e o PREC da altura adiaram mais uma vez este intento, que viria apenas a concretizar-se em Dezembro de 1974. Em 1978 terminou o curso do INEF, hoje Faculdade de Motricidade Humana.
Escreveu também Não há Escola!, Conto Vivo e A Junta.
partilhar
Em destaque VER +
Revolucionário Improvável
«Em Revolucionário Improvável, Pedro Cabrita faz-nos uma contextualização do Portugal profundo, grau de pormenor a que dificilmente se desceria se o biografado fosse candidato a placa de uma rua ou praça do nosso país. Ficamos a conhecer o modo de vida dos portugueses dos anos cinquenta do século xx, num Algarve ainda muito longe do cosmopolitismo de que foi tocado algumas décadas depois.
João José Martins aí nasceu e cresceu, por entre montes de alfarroba de cheiro intenso e adocicado. Era oriundo de uma família que em termos materiais fugia bastante à regra imposta pelas muitas famílias vizinhas, regra marcada pela carência de bens essenciais, se não pela fome, para não falar da falta de instrução e cultura e, tão mau quanto tudo isto, de esperança, porque em seara tombada não medra a espiga. As gentes pareciam ter nascido condenadas à pena perpétua de definharem um pouco todos os dias à espera da morte.»
João José Martins aí nasceu e cresceu, por entre montes de alfarroba de cheiro intenso e adocicado. Era oriundo de uma família que em termos materiais fugia bastante à regra imposta pelas muitas famílias vizinhas, regra marcada pela carência de bens essenciais, se não pela fome, para não falar da falta de instrução e cultura e, tão mau quanto tudo isto, de esperança, porque em seara tombada não medra a espiga. As gentes pareciam ter nascido condenadas à pena perpétua de definharem um pouco todos os dias à espera da morte.»