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Plutarco - Obras Morais
Plutarco soube, durante a sua vida, rodear-se de um enorme círculo de amigos. A sua intensa vida pública, social e cultural, ter-lhe-ia facultado a experiência para sujeitar, na maturidade da sua vida literária, as teorizações e os exemplos antigos na philia, e em particular a teoria aristotélica sobre a amizade (Ética a Nicomaco), a uma leitura crítica, adaptada aos novos tempos das cidades helenísticas sob domínio e influência romana do séc. II d.C. Esperemos, portanto, encontrar nestas reflexões de Plutarco um fundo ético-moral, de objectivos vincadamente pragmáticos e metodológicos, sobre como distinguir os verdadeiros amigos da massa corrupta que os imita; sobre o modo de hierarquizar e seleccionar os dignos de afecto entre a multidão de conhecidos que se abeira, em especial, dos poderosos e afortunados; por fim, sobre como transformar a adversidade dos inimigos em vantagens objectivas para quem deles não pode escapar. Estranhos e paradoxais tempos são estes os de Plutarco, e por outro lado tão semelhantes aos nossos, quando a atracção pelo sucesso fácil, e a ânsia por integrar o circo da popularidade tornam as relações humanas intensas mas fugazes, e por isso distantes do valor de uma amizade verdadeira. Aqui encontraremos, pois, não só um válido testemunho sobre a vida social do mundo antigo, como também mensagens e conselhos eficazes para o nosso contemporâneo.