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Barings
"O empréstimo faz-se ou não se faz?" Eça de Queiroz colocou ironicamente a questão que atormentou Portugal nos dois últimos séculos no seu livro Os Maias. A realidade é que cada vez que o país espirrava, o Barings acudia, para salvar a situação catastrófica das finanças portuguesas. Portugal era um problema para o banco britânico. Normalmente pagava tarde, mas era um bom cliente. O Barings foi responsável pela primeira emissão de obrigações portuguesas no exterior, em 1802. E esteve ligado a grandes negociações com o Governo português, como o monopólio dos tabacos ou o empréstimo que se tentou sob o auspício da Sociedade das Nações após o 28 de Maio de 1926. A vida da instituição financeira britânica confunde-se, muitas vezes, com a história das finanças portuguesas. Os arquivos do banco, hoje integrados no grupo bancário holandês ING, em Londres, mostram como o Barings foi o banqueiro de Portugal.