Mário Passos Furtado
Biografia
"O autor é lisboeta, de 1953. Cresce nesta cidade e em Paço de Arcos, onde a guerra colonial o caça. Segue para a Ota (25 de abril de 74) e para Angola, no mesmo ano. Mais tarde, vem uma licenciatura em Letras e um mestrado incompleto em Ciências da Educação. É aluno de Eduardo Prado Coelho, de Maria Helena Mateus, de Albano Estrela, por exemplo. É professor de Português e Francês na Escola Secundária de Odivelas, há 30 anos, mais ou menos.
Passa pela rádio (Rádio Universidade, Emissora Nacional, Radiodifusão Portuguesa, Rádio Clube Português -1ª fase-, Radiogeste) e pela televisão (RTP1) enquanto autor e coautor de conteúdos, nos anos 80. Nos 90, dá aulas na Universidade Lusíada (cursos de Relações Internacionais e de Formação Diplomática) durante dez anos. Tem 30 anos de experiência (Espanha, Holanda, Dinamarca, Itália, Reino Unido, Portugal) enquanto coautor e gestor de projetos e de publicações especializadas (Educação para o Desenvolvimento, Comércio Justo) no CIDAC-Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral, ONG para o desenvolvimento.
Em 1999, o referendo em Timor-Leste leva-o a este país, onde é observador pelo governo português. Faz fotografia (expôs numa coletiva sobre Timor, em Belas Artes, Lisboa, 2000 e na Biblioteca Camões, em Lisboa, 2014); tem trabalhos publicados em vários sites. Literariamente, escreve sem disciplina (poesia) nem pressa (prosa). Tem dois ebooks com contos, um livro com poemas e fotografia e outro, de micro-contos, em parceria com António Nelos, o autor das imagens. Considera ser um supremo gosto sentir uma vontade de escrever e poder fazê-lo."
Passa pela rádio (Rádio Universidade, Emissora Nacional, Radiodifusão Portuguesa, Rádio Clube Português -1ª fase-, Radiogeste) e pela televisão (RTP1) enquanto autor e coautor de conteúdos, nos anos 80. Nos 90, dá aulas na Universidade Lusíada (cursos de Relações Internacionais e de Formação Diplomática) durante dez anos. Tem 30 anos de experiência (Espanha, Holanda, Dinamarca, Itália, Reino Unido, Portugal) enquanto coautor e gestor de projetos e de publicações especializadas (Educação para o Desenvolvimento, Comércio Justo) no CIDAC-Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral, ONG para o desenvolvimento.
Em 1999, o referendo em Timor-Leste leva-o a este país, onde é observador pelo governo português. Faz fotografia (expôs numa coletiva sobre Timor, em Belas Artes, Lisboa, 2000 e na Biblioteca Camões, em Lisboa, 2014); tem trabalhos publicados em vários sites. Literariamente, escreve sem disciplina (poesia) nem pressa (prosa). Tem dois ebooks com contos, um livro com poemas e fotografia e outro, de micro-contos, em parceria com António Nelos, o autor das imagens. Considera ser um supremo gosto sentir uma vontade de escrever e poder fazê-lo."
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O Assombro da Claridade
Pela primeira vez, em absoluto, são publicados os contos O Assombro da Claridade ou A Ruína de Zaqueu e A Bacalhoeira. A expressão o assombro da claridade é retirada do poema Como realiza o corpo este exercício da queda, de Orlando Martins: serve de base para um vício, no centro de um desmando e da morte. No texto A Bacalhoeira, há seis ou sete amigos que conversam à volta de Imperiais. Os outros dezasseis contos (já publicados em eBook) são agora, também pela primeira vez, publicados em papel. Fala-se, por exemplo, de um velho escritor que olha para a chuva e mente, mas isso não é o mais importante, de segredos angolanos no meio de Lisboa, porque há solitários secretos por esse mundo fora. Fernando Pessoa, na primeira pessoa, explica- -se, ele que nunca escreveu sobre África (aqui percebe-se porquê), embora tenha vivido anos marcantes da sua vida neste continente.
Na Lisboa do século XIX, em que acontece uma tragédia: uma mulher (há sempre uma mulher), de nome doce, está em sofrimento. Uma outra mulher (de nome amargo), noutro século, dá sinais de uma loucura seletiva. Age e pensa assim. Persegue Deus e é perseguida por um homem. Demónios que povoam (que perseguem) os medos de um homem: ele julga que tem toda a razão, tanto em Almancil, Algarve, como em Bodyanka, Ucrânia. Três velhos conversam num jardim. Que temem eles? Não combinaram encontrar-se ali. Mas celebram um desencontro (mais um) com eles próprios. Uma mulher e um homem aproximam-se e afastam-se um do outro (ou será ao contrário?). É difícil de dizer, porque o mundo é um local conturbado. Um rapaz de Valongo sente-se mal no País de Gales, a ouvir Beth Gibbons, mas não é por causa dela. Um filho interroga-se sobre a morte do pai, frente a um rio. Há dois homens que se põem em causa num prédio em construção e um deles quase morre. A solidão e a morte, cada uma na sua tremenda magnitude, estão quase sempre presentes."
Na Lisboa do século XIX, em que acontece uma tragédia: uma mulher (há sempre uma mulher), de nome doce, está em sofrimento. Uma outra mulher (de nome amargo), noutro século, dá sinais de uma loucura seletiva. Age e pensa assim. Persegue Deus e é perseguida por um homem. Demónios que povoam (que perseguem) os medos de um homem: ele julga que tem toda a razão, tanto em Almancil, Algarve, como em Bodyanka, Ucrânia. Três velhos conversam num jardim. Que temem eles? Não combinaram encontrar-se ali. Mas celebram um desencontro (mais um) com eles próprios. Uma mulher e um homem aproximam-se e afastam-se um do outro (ou será ao contrário?). É difícil de dizer, porque o mundo é um local conturbado. Um rapaz de Valongo sente-se mal no País de Gales, a ouvir Beth Gibbons, mas não é por causa dela. Um filho interroga-se sobre a morte do pai, frente a um rio. Há dois homens que se põem em causa num prédio em construção e um deles quase morre. A solidão e a morte, cada uma na sua tremenda magnitude, estão quase sempre presentes."