Marco Balzano
Biografia
Marco Balzano nasceu em Milão em 1978, onde vive e trabalhou como professor do ensino secundário. Eu Fico Aqui é o seu quarto romance, que ganhou, entre outros, o Prémio Elba, o Prémio Bagutta, o Prémio Mario Rigoni Stern e o Prix Méditerranée francês, tendo sido finalista do Prémio Strega, o mais prestigiante prémio literário de Itália. É traduzido em mais de trinta países.
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Eu Fico Aqui
«Se para ti este lugar possui um significado,
se as estradas e as montanhas te pertencem,
não deves ter medo de ficar.»
«Não sabes nada sobre mim, mas sabes muito porque és minha filha. Portanto falarei contigo como a quem me viu por dentro.» Trina dirige-se à filha, de quem se viu separada desde há muitos anos, e conta-lhe a sua história. Tem 17 anos no início da narrativa e vive com os pais em Curon, aldeia italiana na fronteira com a Áustria. Em 1923, este território austríaco anexado por Itália no fim da Primeira Guerra Mundial foi submetido a um processo de italianização forçado: a língua alemã até então falada foi banida e instituída a língua italiana, e nem as inscrições das lápides no cemitério foram poupadas.
Trina resiste e ensina alemão às crianças da aldeia, também com a esperança de se fazer notar a Erich e aos seus olhos cinzentos e «inquietos como os de um gato», com quem acaba por casar e ter dois filhos: Michael e Marica. No início da Segunda Guerra Mundial, enquanto Erich está envolvido na oposição ao regime de Mussolini e ao projeto da barragem que ameaça submergir a aldeia, a pequena Marica é raptada pela tia e levada para a Alemanha. O vazio desta ausência, ferida para sempre por fechar em Trina, é a força motriz por detrás do seu relato.
Inspirado pela imagem impressionante da torre do campanário que se eleva sobre o lago de Resia - tudo o que hoje resta de Curon -, Marco Balzano constrói em Eu Fico Aqui um romance comovente, que entretece a História com maiúscula com as pequenas histórias de um quotidiano no qual ressoa a voz de Trina, mulher que, numa comunidade dilacerada pelo fascismo italiano e pelo nazismo alemão, resiste independente e com a coragem da palavra.
se as estradas e as montanhas te pertencem,
não deves ter medo de ficar.»
«Não sabes nada sobre mim, mas sabes muito porque és minha filha. Portanto falarei contigo como a quem me viu por dentro.» Trina dirige-se à filha, de quem se viu separada desde há muitos anos, e conta-lhe a sua história. Tem 17 anos no início da narrativa e vive com os pais em Curon, aldeia italiana na fronteira com a Áustria. Em 1923, este território austríaco anexado por Itália no fim da Primeira Guerra Mundial foi submetido a um processo de italianização forçado: a língua alemã até então falada foi banida e instituída a língua italiana, e nem as inscrições das lápides no cemitério foram poupadas.
Trina resiste e ensina alemão às crianças da aldeia, também com a esperança de se fazer notar a Erich e aos seus olhos cinzentos e «inquietos como os de um gato», com quem acaba por casar e ter dois filhos: Michael e Marica. No início da Segunda Guerra Mundial, enquanto Erich está envolvido na oposição ao regime de Mussolini e ao projeto da barragem que ameaça submergir a aldeia, a pequena Marica é raptada pela tia e levada para a Alemanha. O vazio desta ausência, ferida para sempre por fechar em Trina, é a força motriz por detrás do seu relato.
Inspirado pela imagem impressionante da torre do campanário que se eleva sobre o lago de Resia - tudo o que hoje resta de Curon -, Marco Balzano constrói em Eu Fico Aqui um romance comovente, que entretece a História com maiúscula com as pequenas histórias de um quotidiano no qual ressoa a voz de Trina, mulher que, numa comunidade dilacerada pelo fascismo italiano e pelo nazismo alemão, resiste independente e com a coragem da palavra.