Manuel Leal Gomes
Biografia
Manuel Joaquim Alves Leal Gomes nasceu em Luanda, Angola, em Novembro de 1950, tendo obtido a Licenciatura em Engenharia de Minas e mais tarde o Doutoramento em Geologia. Em busca de melhor vida percorreu os cinco continentes, tendo trabalhado em túneis, barragens, hidroelétricas, minas e na indústria petrolífera em Angola, Brasil e Portugal. Foi Colaborador Científico da Universidade de Luanda e Professor Associado da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, pelo que tem farta bibliografia científica e técnica publicada. Também publicou ficção literária, ensaio, poesia e teatro nos últimos anos.
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A Película e Outras Irreverências
Sobre este A película e outras irreverências, que a Chiado Editora dá à estampa, há a dizer que não segue exactamente as pisadas das obras anteriores de ficção deste autor, embora permaneça omnipresente o mesmo humor negro que permeia todos os seus trabalhos. Nele também se nota a mesma intenção normativa acentuada pela bizarria das soluções. Uma fraseologia por vezes algo libertina não é gratuita. Ela obedece à necessidade de narrar com fluidez, onde termos de substituição mais vernáculos seriam sentidos de forma deslocada e esses sim, muito pesados. No fundo há que apreciar a candura dos enredos diversificados, mesmo quando eles se destinam a ser um tanto sombrios. Em toda a obra perpassa a noção aflitiva de que talvez o bem, quando raramente existe, é tão só a sublimação do mal. Daí os seus contos serem aparentemente cruéis. Mas também se deduz a melancólica necessidade subentendida de subverter esta ordem.
Não é pois uma obra álacre, mas é decerto bem disposta. E é nisso que se vêem e se apuram as concretizações dos diferentes contos que a compõem, sempre dentro dos limites do bom gosto, prendendo o leitor da primeira à última página, sobretudo aquele que valoriza o insólito e a originalidade dos temas e das conclusões. É uma obra para ler e reler, pois nem tudo é equacionado pelo leitor à primeira vez e se vão descobrindo novos sentidos à medida que se insiste e se reflecte sobre a trama das narrativas.
Está-se pois em presença de um trabalho donde estão arredadas as mais insignificantes partículas de tédio. Tudo é síntese. Das premissas passa-se ao desfecho sem o redundante habitual romanceio intermédio, reduzido aqui ao essencial. E todavia, os caracteres dos personagens e o suceder dos acontecimentos estão sempre claramente delineados e fixados. O leitor que o diga ao confirmá-lo.
Não é pois uma obra álacre, mas é decerto bem disposta. E é nisso que se vêem e se apuram as concretizações dos diferentes contos que a compõem, sempre dentro dos limites do bom gosto, prendendo o leitor da primeira à última página, sobretudo aquele que valoriza o insólito e a originalidade dos temas e das conclusões. É uma obra para ler e reler, pois nem tudo é equacionado pelo leitor à primeira vez e se vão descobrindo novos sentidos à medida que se insiste e se reflecte sobre a trama das narrativas.
Está-se pois em presença de um trabalho donde estão arredadas as mais insignificantes partículas de tédio. Tudo é síntese. Das premissas passa-se ao desfecho sem o redundante habitual romanceio intermédio, reduzido aqui ao essencial. E todavia, os caracteres dos personagens e o suceder dos acontecimentos estão sempre claramente delineados e fixados. O leitor que o diga ao confirmá-lo.