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A Ilha, a Personagem e Eu
Muitas vezes, na calada da noite, espero-o acordada, enquanto o vento traz até mim o barulho constante do mar e o som de músicas africanas que o povo dança alegremente pelas ruas ou nos seus quintais. Vou silenciosamente até à varanda, porque escuto um ruído imperceptível que provoca estalidos na grande árvore de fruta-pão. Estes estalidos são fáceis de confundir com os passos leves de alguém que quer passar despercebido… mas não, não é ninguém, apenas a suave brisa da gravana…. No céu, as estrelas e a própria lua olham-me imperturbáveis, cintilando, indiferentes à minha inquietação.
Onde estará agora, que crimes resolverá com a prática que lhe dei, com a personalidade atraente que lhe construí, a quem tentará subjugar com aquele caráter forte e intenso de que o dotei?