Luís Raínha
Biografia
Luís Rainha. nasceu em 1962, na Figueira da Foz, e irá morrer um destes dias, não sabe onde. Estudou Engenharia, pintou, depois vendeu a alma à publicidade e ainda voltou à escola, para estudar Sociologia. No entrementes, foi escrevendo, primeiro para BD, depois no mundo mais crescido dos livros só com letras, publicando também sob pseudónimos. Foi injustamente premiado com três filhos admiráveis e vive entre Lisboa e as Beiras, onde trabalhou pela conservação do lobo-ibérico. Gasta horas com cada parágrafo que escreve, na ânsia de produzir, mais do que prosa, pequenos mecanismos falantes que impressionem pela cristalização sem falhas; e que ainda contem histórias merecedoras da atenção de terceiros. O seu livro de contos 18 Palavras Difíceis foi distinguido com uma menção honrosa no Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca.
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Adeus.
Adeus. 23 vezes adeus. A pessoas, a coisas, à vida. Este sentimento de despedida, de perda, é o fi o condutor que liga este livro singular de Luís Rainha. De uma mulher que sem explicação é substituída na vida do homem que a ama(va) a fantasmas demasiado palpáveis, passando por prodígios, mortes reveladoras e violências escusadas, a cada página irrompe um caleidoscópio de emoções e espantos.
Em registos que saltam do quotidiano para o fantástico, da comédia para o terror, assistimos à pequena tragédia de alguém que é «infiel pela primeira vez, por aselhice nobelizável, por cegueira desmedida, por distracção incomensurável». E encontramos um sitiado numa «casa já infestada de grandes animais malvestidos, a fervilhar raiva cega, urgência para vingar na minha sensível pessoa séculos de opressão».
Lance-se então o leitor à aventura nesta montanha-russa que o vai levar do romance mais intenso ao desgosto profundo. E a muitos outros retratos sombrios do coração, quando se vê privado daquilo que mais quer. São histórias de separação e, chamemos-lhes assim, de outros acidentes naturais.
Em registos que saltam do quotidiano para o fantástico, da comédia para o terror, assistimos à pequena tragédia de alguém que é «infiel pela primeira vez, por aselhice nobelizável, por cegueira desmedida, por distracção incomensurável». E encontramos um sitiado numa «casa já infestada de grandes animais malvestidos, a fervilhar raiva cega, urgência para vingar na minha sensível pessoa séculos de opressão».
Lance-se então o leitor à aventura nesta montanha-russa que o vai levar do romance mais intenso ao desgosto profundo. E a muitos outros retratos sombrios do coração, quando se vê privado daquilo que mais quer. São histórias de separação e, chamemos-lhes assim, de outros acidentes naturais.