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Medicina e Psicologia na Antiguidade
Os assuntos importantes da vida possuem uma estranha invisibilidade. Moldam o que acontece às pessoas de tal modo que se torna difícil pensar em formas alternativas de se viver. O mundo vasto da saúde é um exemplo perfeito de vidas moldadas pelo que se sabe e pelo muito que não se sabe.
Sendo quase impossível imaginar que os seres humanos possam viver sem um cuidado constante pela saúde, causa surpresa o muito que se desconhece sobre as origens desta área do conhecimento humano. Se pouco se sabe sobre a origem, o próprio assunto que é o objecto desse cuidado multissecular parece ter igualmente fronteiras difusas.
A complicar tudo isto, também se sabe espantosamente pouco sobre o sentido último das acções humanas que, directa ou indirectamente, têm a ver com a saúde. Talvez por pudor intelectual, também não se enfrenta a pergunta embaraçosa sobre os agentes que intervêm na vida humana, fingindo todos que a parte relevante do assunto está nas mãos humanas, e que factores como a sorte, os miasmas antigos e os deuses não são determinantes.
É precisamente aqui que se encontra o projecto que este livro concretiza. É este: a Medicina e a Psicologia fazem parte da grande cultura. Não são assuntos só para especialistas porque dizem respeito a todos os seres humanos.
Compreender a relação de ambas com as culturas ancestrais que as viram nascer não é um entretenimento de eruditos; é, e deverá ser, uma aventura de autoconhecimento.
(do Prólogo)
Sendo quase impossível imaginar que os seres humanos possam viver sem um cuidado constante pela saúde, causa surpresa o muito que se desconhece sobre as origens desta área do conhecimento humano. Se pouco se sabe sobre a origem, o próprio assunto que é o objecto desse cuidado multissecular parece ter igualmente fronteiras difusas.
A complicar tudo isto, também se sabe espantosamente pouco sobre o sentido último das acções humanas que, directa ou indirectamente, têm a ver com a saúde. Talvez por pudor intelectual, também não se enfrenta a pergunta embaraçosa sobre os agentes que intervêm na vida humana, fingindo todos que a parte relevante do assunto está nas mãos humanas, e que factores como a sorte, os miasmas antigos e os deuses não são determinantes.
É precisamente aqui que se encontra o projecto que este livro concretiza. É este: a Medicina e a Psicologia fazem parte da grande cultura. Não são assuntos só para especialistas porque dizem respeito a todos os seres humanos.
Compreender a relação de ambas com as culturas ancestrais que as viram nascer não é um entretenimento de eruditos; é, e deverá ser, uma aventura de autoconhecimento.
(do Prólogo)