Leonel Ribeiro dos Santos
Biografia
Leonel Ribeiro dos Santos é Professor catedrático aposentado da Universidade de Lisboa e Investigador do CFUL. Professor da FLUL desde 1977, aí lecionou Filosofia Social e Política, Filosofia Moderna, Ética, Filosofia da Educação e Filosofia do Renascimento. Foi cofundador (1993), Editor (1993-2000) e Diretor da revista Philosophica (2000-2012); Diretor do CFUL (2008-2011); Professor convidado na UCP (Lisboa), na Universidade do Minho (Braga), na UTL (Licenciatura em Arquitetura Paisagista do IA); Professor Visitante na UNESP (Marília/SP), na UFSC (Florianópolis) e na UFRN (Natal). Principais obras próprias: Metáforas da Razão ou economia poética do pensar kantiano (FLUL, 1989; FCG/JNICT, 1994); A razão sensível. Estudos Kantianos (Colibri, 1994); Retórica da evidência ou Descartes segundo a ordem das imagens (Quarteto, 2001; 2ª ed. CFUL, 2013); Antero de Quental – Uma visão moral do Mundo (INCM, 2002); Linguagem, Retórica e Filosofia no Renascimento (Colibri, 2004); O Espírito da Letra. Ensaios de Hermenêutica da Modernidade (INCM, 2007); Melancolia e Apocalipse. Estudos sobre o Pensamento Português e Brasileiro (INCM, 2008; (trad. italiana: Roma: Inschibboleth,2017); Regresso a Kant: Ética, Estética, Filosofia Política (INCM, 2012); Ideia de uma Heurística Transcendental. Ensaios de Meta-Epistemologia Kantiana (Esfera do Caos, 2012); A Razão Bem Temperada – Do Princípio do Gosto em Filosofia e outros Ensaios Kantianos (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2022).
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Kant
Seguindo o fio condutor da precoce e persistente meditação de Kant sobre a Terra - desde os juvenis ensaios sobre aspetos da História da Terra e da Cosmogeogonia, sobre o terramoto de Lisboa, a sucessiva dedicação ao ensino universitário da Geografia Física e as inúmeras reflexões que constituem o acervo do seu pensamento geográfico até às tardias reflexões em que apresenta a Terra como um sistema e um corpo orgânico -, neste livro põe-se em evidência a profunda consciência que o filósofo tem da íntima relação entre o Homem e a Terra e o quão decisivamente a condição telúrica do Homem configura a sua Antropologia, a sua visão da História e a sua filosofia do Direito e da Política.
Kant revela-se assim não apenas como um incontornável pensador da Terra, mas também verdadeiramente como um filósofo com os pés na Terra, graças ao que até o seu pensamento mais especulativo - conhecido por idealismo transcendental e apriorismo - deixa ver as suas bases realistas e empíricas, expondo-se como uma espécie de Geografia transcendental e revelando o seu autor como um verdadeiro geógrafo da Razão.
Nos ensaios reunidos neste livro, Immanuel Kant (1724-1804), geralmente conhecido como o filósofo da razão pura, do idealismo transcendental e do apriorismo, revela-se, antes de mais, como um pensador da Terra, da natural condição telúrica do Homem e da indissociável relação da Terra com o destino histórico da Humanidade, com tudo o que isso implica, no plano físico e existencial e no plano ético e político-jurídico.
O cosmopolitismo kantiano ganha assim uma inequívoca base de realismo: verdadeiramente, o que nele está em causa é a ideia de instituição de uma universal e justa Lei da Terra e dos Povos que a habitam, a qual consagre o efetivo direito de cidadão da Terra (Recht des Erdbürgers) que cabe a todo o ser humano que nela nasce pelo simples facto de nela ter nascido.
Kant revela-se assim não apenas como um incontornável pensador da Terra, mas também verdadeiramente como um filósofo com os pés na Terra, graças ao que até o seu pensamento mais especulativo - conhecido por idealismo transcendental e apriorismo - deixa ver as suas bases realistas e empíricas, expondo-se como uma espécie de Geografia transcendental e revelando o seu autor como um verdadeiro geógrafo da Razão.
Nos ensaios reunidos neste livro, Immanuel Kant (1724-1804), geralmente conhecido como o filósofo da razão pura, do idealismo transcendental e do apriorismo, revela-se, antes de mais, como um pensador da Terra, da natural condição telúrica do Homem e da indissociável relação da Terra com o destino histórico da Humanidade, com tudo o que isso implica, no plano físico e existencial e no plano ético e político-jurídico.
O cosmopolitismo kantiano ganha assim uma inequívoca base de realismo: verdadeiramente, o que nele está em causa é a ideia de instituição de uma universal e justa Lei da Terra e dos Povos que a habitam, a qual consagre o efetivo direito de cidadão da Terra (Recht des Erdbürgers) que cabe a todo o ser humano que nela nasce pelo simples facto de nela ter nascido.