Leonardo Boff
Biografia
Leonardo Boff nasceu em Santa Catarina, no Brasil, em 1938. Licenciado em Filosofia e doutorado em Teologia, ingressou na Ordem Franciscanos em 1959. Durante vinte e dois anos, foi professor de Teologia Sistemática e Ecuménica em Petrópolis, no Instituto Teológico Franciscano, professor de Teologia e Espiritualidade em vários centros de estudo e
universidades no Brasil e no estrangeiro; além de professor-visitante nas universidades de Lisboa, Salamanca, Harvard, Basel e Heidelberg.
Foi um dos pioneiros da conhecida Teologia da Libertação, uma reflexão que procura articular a indignação perante a miséria e a marginalização com as virtudes cristãs da fé e da esperança. Foi desde sempre um árduo defensor da causa dos Direitos Humanos.
Em 1984, devido às suas teses ligadas à Teologia da Libertação, apresentadas no livro Igreja: Carisma e Poder, foi submetido a um processo pela Sagrada Congregação para a Defesa da Fé, no Vaticano, condenado a um ano de «silêncio obsequioso» e deposto de todas as suas funções editoriais e de magistério no campo religioso. Dada a pressão mundial sobre o Vaticano, a pena foi suspensa em 1986, podendo então retomar algumas das suas actividades.
Em 1992, ao ser novamente ameaçado com uma segunda punição pelas autoridades de Roma, renunciou às suas actividades de padre e promoveu-se ao estado leigo. Usando as suas palavras: «mudou de trincheira para continuar a mesma luta»; continua o seu trabalho como teólogo da libertação, escritor, professor e conferencista nos mais diferentes auditórios de todo o mundo, e é assessor de movimentos sociais de cunho popular libertador, como o Movimento dos Sem-Terra, entre outros.
Em 1993 começou a leccionar Ética, Filosofia da Religião e Ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É autor de mais de sessenta livros nas áreas de Teologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística, traduzidos e publicados em todo o mundo.
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Francisco de Assis e Francisco de Roma
Se um Papa, vindo da periferia do mundo, fora da velha cristandade europeia, para surpresa de todos, escolhe o nome de Francisco é porque deseja transmitir, apenas pelo nome, um recado a toda a gente. O recado é: de agora em diante tentar-se-á um novo modo de exercer o papado, despojado de títulos e de símbolos de poder e procurar-se-á dar ênfase a uma Igreja inspirada na vida e no exemplo de São Francisco de Assis: na pobreza, na simplicidade, na humildade, na confraternização entre todos, seres da natureza e a própria «irmã e Mãe Terra» incluídos. É um projeto ousado mas necessário, pois corresponde melhor à Tradição de Jesus e às exigências evangélicas, e responde sobretudo às exigências de um mundo globalizado dentro do qual a Igreja deverá encontrar, humildemente e sem exclusividade, o seu lugar ao lado e juntamente com outras Igrejas, religiões e caminhos espirituais.»