José Miguel Noras
Biografia
José Miguel Noras, Doutor em História pela Universidade de Lisboa é Presidente do Conselho de Curadores da Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico. Pertence à Academia de Letras e Artes de Portugal e à Associação Portuguesa de Escritores. É Académico Honorário da Academia Portuguesa da História. Foi deputado à Assembleia da República e Presidente da Câmara Municipal de Santarém (1992-2002). Em virtude dos seus trabalhos no âmbito da salvaguarda do Património Cultural, foi condecorado, em 1997, pelo Presidente Jorge Sampaio, e, em 2002, pelo Presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso. Da sua bibliografia, fazem parte as seguintes obras: Real de Beatriz batido em Santarém?, A note on the arenço as an unit of weigth, Heráldica do Município de Santarém (projeto e introdução da obra), A Remessa de Santarém e as moedas no tempo do Infante Santo, Santarém e o Magreb (ficha numismática de D. Afonso Henriques), As palavras mansas esmagam os ossos, A asa do meu orgulho duriense, Vozes do Ventre da Lua, Contributos dos municípios para a salvaguarda do património, Centros Históricos Portugueses – Associação, prémios e desafios, Sobre os sistemas monetários portugueses e o dinheiro de emergência de Almeida e Mais Património – Vida e alma por trás das pedras. Possui trabalhos publicados nas seguintes antologias: José Saramago, 90 anos 90 palavras, José Saramago 90 años 90 palabras e Abril – 40 Anos.
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Bernardo Santareno
«Infância traumatizada. Adolescência dolorosa. Filho único. Liceu em Santarém. Solidão. Faculdade em Lisboa. Crise mística profunda: Interrupção dos estudos - Faculdade em Coimbra. Melhor, menos solidão. E poemas. Quando tive dinheiro para editá-los, editei-os. Poemas maus. Um primeiro livro de Teatro, já formado em Medicina: "A promessa, O bailarino e A excomungada." Edição do autor, paga com o dinheiro que ia ganhando como médico da frota bacalhoeira, nos mares da Terra Nova e da Gronelândia. A bordo, escrevi um livro de narrativas, "Nos mares do fim do mundo" e uma peça de Teatro "O lugre". Representação de "A promessa", depois de "O lugre", depois de "O Crime de Aldeia Velha", etc. A descoberta do Teatro condicionou toda a minha vida futura. Por exemplo, para poder escrever, deixei a Medicina. Fiz mal. Talvez. O Teatro, dadas as condições em que um escritor tem de viver neste país, sobretudo se é dramaturgo, vai pouco a pouco transformando-se num desgosto, numa frustração. Mais uma. Valeu a pena ter escrito "O Judeu" e o "Inferno"? Parece-me que não. Sinceramente. Hoje não sinto alegria, nem paz. Antes uma coisa azeda e amarga, cada vez mais amarga e azeda…
[…]
Nada é firme, nem seguro nesta vida: Não fazemos outra coisa, que não seja experimentar caminhos, nunca chegaremos a um fim. É precisa muita coragem para se viver, sobretudo num país como o nosso, neste tempo e quando não se é de todo estúpido e inculto.»
Bernardo Santareno
[…]
Nada é firme, nem seguro nesta vida: Não fazemos outra coisa, que não seja experimentar caminhos, nunca chegaremos a um fim. É precisa muita coragem para se viver, sobretudo num país como o nosso, neste tempo e quando não se é de todo estúpido e inculto.»
Bernardo Santareno