José Correia Guedes
Biografia
José Correia Guedes nasceu no Porto em 1946. Passou mais de metade da sua vida ao serviço da TAP, para onde entrou em 1971 como Comissário de Bordo. No ano seguinte deu início à sua formação como Piloto de Linha Aérea frequentando a Flight Safety Academy em Vero Beach, Florida. Depois de uma breve passagem pela posição de Mecânico de Voo em Boeing B727 passou a integrar o quadro de pilotos da companhia, função que desempenhou em vários tipos de aviões Boeing, Airbus e Lockheed. Quando se retirou por limite de idade, em 2006, era Comandante e Line Check Captain da frota Airbus A340 da TAP.
Foi fundador e Director Adjunto da revista aeronáutica Sirius, criada em Março de 1983.
Foi fundador e Director Adjunto da revista aeronáutica Sirius, criada em Março de 1983.
partilhar
Em destaque VER +
Carlos Bleck
No dia 5 de Março de 1934, aterrava em Goa, vindo de Lisboa, o mais aguardado dos visitantes. Carlos Bleck, a bordo de um pequeno monomotor, fazia-se à pista, depois de mais de 50 horas a voar. Foi recebido por uma multidão eufórica: pela primeira vez na história um aviador concluía a travessia entre Portugal e a Índia, um extraordinário feito aeronáutico.
Descendente de uma família judaica da Polónia, que a diáspora fixou em Portugal, o piloto crescera com a febre da velocidade. Foi corredor de automóveis e velejador olímpico, antes de abraçar a sua maior paixão: voar. Bleck, o primeiro português a ter um brevet de piloto civil, distinguiu-se também como empresário, fundando uma companhia de aviação, a CTA, que antecedeu a TAP. O que o imortalizou, porém, foram as viagens aéreas.
Para além da viagem à Índia, fez a primeira ligação aérea Lisboa / Angola / Lisboa. Atravessou mares e desertos, enfrentou tempestades de areia, trovoadas tropicais, fogo inimigo. A História, no entanto, acabou por o ignorar. Ainda durante o Estado Novo, protagonizou um acidente aparatoso, a bordo de um avião chamado Salazar, que ditou o fim dos seus voos pioneiros.
O Portugal pós-25 de Abril não lhe perdoou ter sido membro da Legião Portuguesa e fervoroso defensor do regime anterior. Permaneceu uma nota de rodapé na história da aviação portuguesa. Até ao dia em que o comandante José Correia Guedes (autor de O Aviador) decidiu resgatá-lo do esquecimento.
Descendente de uma família judaica da Polónia, que a diáspora fixou em Portugal, o piloto crescera com a febre da velocidade. Foi corredor de automóveis e velejador olímpico, antes de abraçar a sua maior paixão: voar. Bleck, o primeiro português a ter um brevet de piloto civil, distinguiu-se também como empresário, fundando uma companhia de aviação, a CTA, que antecedeu a TAP. O que o imortalizou, porém, foram as viagens aéreas.
Para além da viagem à Índia, fez a primeira ligação aérea Lisboa / Angola / Lisboa. Atravessou mares e desertos, enfrentou tempestades de areia, trovoadas tropicais, fogo inimigo. A História, no entanto, acabou por o ignorar. Ainda durante o Estado Novo, protagonizou um acidente aparatoso, a bordo de um avião chamado Salazar, que ditou o fim dos seus voos pioneiros.
O Portugal pós-25 de Abril não lhe perdoou ter sido membro da Legião Portuguesa e fervoroso defensor do regime anterior. Permaneceu uma nota de rodapé na história da aviação portuguesa. Até ao dia em que o comandante José Correia Guedes (autor de O Aviador) decidiu resgatá-lo do esquecimento.