José Cândido de Oliveira Martins
Biografia
José Cândido de Oliveira Martins, nascido na Freguesia da Ribeira, Concelho de Ponte de Lima, em 10 de fevereiro de 1965, doutorado em Humanidades (especialidade de Teoria da Literatura), é docente e investigador da Universidade Católica Portuguesa, na Faculdade de Filosofia (Braga). Nesta instituição, é coordenador dos cursos de Mestrado (2.º ciclo) e de Doutoramento (3.º ciclo) em Literatura Portuguesa. É ainda Diretor da Biblioteca da Faculdade de Filosofia. A par da sua atividade docente e de investigação, vem empreendendo um notável trabalho de divulgação da nossa Cultura histórico-literária, tanto em Portugal como além-fronteiras, colaborando com outras universidades, sobretudo ao nível do mestrado e doutoramento, em Portugal e noutros países, apresentando comunicações e conferências, lecionando seminários ou ainda participando em júris de teses, em países como Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Polónia, Brasil, etc. Além de artigos vários para revistas da especialidade; de participação em congressos e colóquios; e de capítulos em obras coletivas (desde a enciclopédia Biblos; da Verbo, até ao Dicionário de Luís de Camões, Lisboa, 2011), publicou os livros: Teoria da Paródia Surrealista (Braga, 1995); Para uma Leitura de 'Maria Moisés' de Camilo Castelo Branco (Lisboa, 1997); Naufrágio de Sepúlveda. Texto e Intertexto (Lisboa, 1997); Para uma Leitura da Poesia de Bocage (Lisboa, 1999); Para uma Leitura da Poesia Neoclássica e Pré-Romântica (Lisboa, 2000); Fidelino de Figueiredo e a Crítica da Teoria Literária Positivista (Lisboa, 2007); Viajar com... António Feijó (Porto, 2009); e Viajar com... Vasco Graça Moura. Tem-se dedicado igualmente à edição de vários autores, com fixação do texto, introdução crítica e notas, para várias obras e autores: de Camilo Castelo Branco, Eusébio Macário / A Corja (2003); Novelas do Minho (2006); O Morgado de Fafe em Lisboa (2009) e O Morgado de Fafe Amoroso (2010); de António Feijó, Poesias Completas (2004) e Poesias Dispersas e Inéditas (2005); de Teófilo Carneiro, Poesias e Outros Dispersos (2006); de Diogo Bernardes, O Lima (2009) e de Frei Agostinho da Cruz, Poesia Selecta (2021) . No campo da edição, entre outras publicações, organizou ainda diversos volumes temáticos: um número da Revista Portuguesa de Humanidades dedicado a Miguel Torga (2008); o volume consagrado ao Padre António Vieira – Colóquio (2009). Coorganizou alguns volumes de ensaios com investigadores de outras universidades: Leituras do Desejo em Camilo Castelo Branco (2010); Estética e Ética em Sá de Miranda (2011); Camões e os Contemporâneos (2012). A Cultura Limiana tem beneficiado igualmente do saber e da indefectível fidelidade aos valores identitários do limianismo, expressos em várias ocasiões e circunstâncias e de diversas formas pelo Prof. Doutor José Cândido de Oliveira Martins, nomeadamente em trabalhos publicados na Colectânea de Autores Limianos Contemporâneos (1996), no jornal Cardeal Saraiva, no Boletim Municipal de Ponte de Lima, no Anunciador das Feiras Novas e na obra Figuras Limianas, editada pelo Município de Ponte de Lima, em 2008, para além das referidas edições de obras de António Feijó, Teófilo Carneiro e Diogo Bernardes. Destaca-se ainda a colaboração prestada durante oito anos à revista Limiana, de 2007 a 2014, assegurando os conteúdos da Página Literária com o Poeta Cláudio Lima, onde abordou importantes obras de autores limianos, como António Feijó, Diogo Bernardes, Teófilo Carneiro, José Manuel Araújo, Rúben Brandão, Luís Dantas, Conde d'Aurora, António Manuel Couto Viana, António Ferreira e do próprio Cláudio Lima, para além de temas sobre casas de escritores no Minho, a paisagem limiana na literatura portuguesa, geografia literária da Ribeira Lima e D. Miguel Pereira Forjaz. Em 8 de dezembro de 2012, foi distinguido com a Medalha de Mérito Cultural atribuída pela Junta de Freguesia da Ribeira, sua terra natal, como reconhecimento pela sua vasta obra literária sobre autores limianos.
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Poesia Selecta
«Frei Agostinho da Cruz foi um poeta-eremita de temperamento bucólico, com marcantes singularidades. Sobretudo nas suas Éclogas, afirma-se uma poesia pastoril em que as convenções do bucolismo de matriz italiana - tão populares na época -, sobretudo ao nível da estrutura e da terza rima, da descrição da Natureza e do diálogo entre diversos interlocutores, dos temas tratados e dos valores, são aqui enformadas pela temática religiosa e mesmo por motivos bíblicos. Numa versão singular da felicidade através da áurea mediania (aurea mediocritas) e do lugar ameno (locus amoenus), os lugares ermos ou desertos são espaços privilegiados para sentir a presença de Deus. Com a sua diversidade e riqueza de fenómenos, reflexo do poder e bondade do Criador, a mãe Natureza é o espaço aprazível propício à meditação espiritual e ao ascetismo contemplativo (…) a poesia deste autor é um prolongado hino à Natureza e a uma vida de harmonia, num equilíbrio ecológico entre o património natural (o universo criado), o ser humano e a dimensão transcendente (o Criador). e toda essa ecologia integral surge assente numa radical opção de vida, que hoje mais do que nunca nos pode interpelar.»
(Da introdução)
(Da introdução)