É bem verdade que a vida de cada um não obedece a qualquer curva que possa ter uma fórmula matemática e que as coisas mais inesperadas acontecem sempre sem que dêmos pela sua chegada. Por isso é que são inesperadas. A questão que se pode colocar é qual é de facto a verdade: as coisas, boas ou más, as grandes alegrias ou as maiores tragédias, atravessam o nosso caminho, desvendam-se perante nós como se viessem do nada, como se andassem aos trambolhões no universo e de repente, por uma feliz ou infeliz conjugação da gravidade e do movimento de rotação da terra, decidem cair-nos em cima? Ou pelo contrário, qualquer acontecimento determinante da evolução da vida de cada um é antecedido duma série de prenúncios a que não ligamos, mas que o nosso corpo ou a nossa alma, seja ela o que for, nos vai enviando como quem diz Prepara-te, vai acontecer isto ou aquilo!? Ou será que tudo o que nos acontece é o resultado da decisão de um qualquer Deus confuso e imprevisível?