João Ramalho Santos
Biografia
João Ramalho-Santos é biólogo e Professor Catedrático do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra, onde é atualmente Vice-Reitor para a Investigação. Escreve regularmente sobre BD no JL- Jornal de Letras, Artes & Ideias. Algumas das suas obras mais recentes incluem A viagem mais longa: Fernão de Magalhães e a Primeira Circum-Navegação (2020, com Miguel Jorge), Um fígado equilibrado é meio caminho andado! (2020, em sete línguas, com Mireia Pagès, Marisa Azul e Rui Tavares), e Imagens de uma Revolução: O 25 de abril e a banda desenhada (2022, com João Miguel Lameiras e João Paulo Paiva Boléo).
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Crónica D. João I
A Crónica de D. João I foi escrita por Fernão Lopes, por volta de 1450, e constitui, após as crónicas de D. Pedro e de D. Fernando, a terceira e mais perfeita das três grandes crónicas compostas pelo primeiro cronista régio.
Esta crónica, foi deixada incompleta por Fernão Lopes, sendo de sua autoria a primeira e a segunda parte, não se sabendo se terá legado manuscritos para a terceira parte, redigida pelo seu sucessor, Gomes Eanes de Zurara, conhecida como Crónica da Tomada de Ceuta.
A primeira parte da crónica descreve a insurreição de Lisboa na narração célere dos episódios quase simultâneos do assassinato do conde Andeiro, do alvoroço da multidão que acorre a defender o Mestre e da morte do bispo de Lisboa. Ao longo dos capítulos, fundamenta-se a legitimidade da eleição do Mestre, consumada nas cortes de Coimbra, na sequência da argumentação do doutor João das Regras, enquanto desfecho inevitável imposto pela vontade da população.
Nesta primeira parte, o talento do cronista na animação de retratos individuais, como os de D. Leonor Teles ou D. João I, excede-se na composição de uma personagem coletiva, o povo, verdadeiro protagonista que influi sobre o devir dos acontecimentos históricos.
Esta crónica, foi deixada incompleta por Fernão Lopes, sendo de sua autoria a primeira e a segunda parte, não se sabendo se terá legado manuscritos para a terceira parte, redigida pelo seu sucessor, Gomes Eanes de Zurara, conhecida como Crónica da Tomada de Ceuta.
A primeira parte da crónica descreve a insurreição de Lisboa na narração célere dos episódios quase simultâneos do assassinato do conde Andeiro, do alvoroço da multidão que acorre a defender o Mestre e da morte do bispo de Lisboa. Ao longo dos capítulos, fundamenta-se a legitimidade da eleição do Mestre, consumada nas cortes de Coimbra, na sequência da argumentação do doutor João das Regras, enquanto desfecho inevitável imposto pela vontade da população.
Nesta primeira parte, o talento do cronista na animação de retratos individuais, como os de D. Leonor Teles ou D. João I, excede-se na composição de uma personagem coletiva, o povo, verdadeiro protagonista que influi sobre o devir dos acontecimentos históricos.