João Manuel Neves
Biografia
Investigador no Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa e investigador associado no CREPAL da Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3. Em 2016, obteve um doutoramento em Études du Monde Lusophone na Université Sorbonne Paris Cité. Publicou Encontro com Dori e Pancho Guedes, em 2013, nas Edições Afrontamento.Tem vários capítulos em livros e artigos publicados em revistas académicas internacionais sobre a cultura colonial portuguesa e o pensamento racial português.
partilhar
Em destaque VER +
O Si-Mesmo Como Sujeito Imperial
Com este ensaio propõe-se um percurso que se quer exaustivo da literatura colonial portuguesa dos anos 1920 relativa a Moçambique.
Numa primeira parte, são facultados dados contextuais e definidos conceitos operatórios de análise indispensáveis para se empreender o estudo das narrativas coloniais e do seu tempo histórico. São depois apresentados dados biográficos dos principais autores desse período, bem como as suas obras. A análise centra-se em seguida nos dois grandes vetores, geográfico e morfológico, de constituição e divisão dos sujeitos coloniais. A percepção morfológica do outro baseada num referencial geográfico encontra-se diretamente ligada às representações do pensamento racial português, desenvolvidas em larga medida a partir da mitologia ariana e do darwinismo social.
Os textos em estudo mostram como as noções de «luta de raças» e de seleção das comunidades mais aptas contribuem para a elaboração de uma estratégia da crueldade e para o desencadear de fluxos de morte de grande intensidade. O duplo processo de desterritorialização das populações pelas conquistas e da sua reterritorialização com a transformação social do espaço pelo capitalismo colonial tem lugar num contexto político totalitário.
A instauração da ditadura racial e a generalização do terror geram a redução dos colonizados a uma condição de servidão económica e sexual. O desejo colonial permite também a emergência de formas de hibridismo social ou cultural e o questionamento da autoridade discursiva, imediatamente contrariados pelo desenvolvimento de uma política de domesticidade colonial.
Numa primeira parte, são facultados dados contextuais e definidos conceitos operatórios de análise indispensáveis para se empreender o estudo das narrativas coloniais e do seu tempo histórico. São depois apresentados dados biográficos dos principais autores desse período, bem como as suas obras. A análise centra-se em seguida nos dois grandes vetores, geográfico e morfológico, de constituição e divisão dos sujeitos coloniais. A percepção morfológica do outro baseada num referencial geográfico encontra-se diretamente ligada às representações do pensamento racial português, desenvolvidas em larga medida a partir da mitologia ariana e do darwinismo social.
Os textos em estudo mostram como as noções de «luta de raças» e de seleção das comunidades mais aptas contribuem para a elaboração de uma estratégia da crueldade e para o desencadear de fluxos de morte de grande intensidade. O duplo processo de desterritorialização das populações pelas conquistas e da sua reterritorialização com a transformação social do espaço pelo capitalismo colonial tem lugar num contexto político totalitário.
A instauração da ditadura racial e a generalização do terror geram a redução dos colonizados a uma condição de servidão económica e sexual. O desejo colonial permite também a emergência de formas de hibridismo social ou cultural e o questionamento da autoridade discursiva, imediatamente contrariados pelo desenvolvimento de uma política de domesticidade colonial.
bibliografia
- ordenação
- Data Edição
- Ranking
portes grátis
10% Cartão Leitor Bertrand
12,00€
Edições Afrontamento