Jean-Frédéric Schaub
Biografia
Jean-Frédéric Schaub nasceu em Paris, em 1963. É professor na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) desde 1996. Integrou o Grupo de Estudos Hispânicos dirigido por Bernard Vincent no Centro de Investigação Historiográfica daquela instituição, onde assumiu a direção do Centro de Estudos Portugueses. Colabora desde 2011 no Laboratório dos Mundos Americanos e no Centro de Investigação sobre o Brasil Colonial e Contemporâneo, cujo conselho diretivo integra desde 2012. Foi professor visitante nas universidades de Yale, de Oxford, do Michigan e de Nova Iorque. Lecionou nos programas de doutoramento das universidades de Buenos Aires e de Havana, bem como na Universidade Pablo de Olavide de Sevilha. Exerce, desde 2000, várias funções diretivas nos Conselhos Científico e Pedagógico da EHESS. Entre os seus vários livros destaca-se Portugal na Monarquia Hispânica (1580-1640), publicado em Portugal em 2001.
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Para uma História Política da Raça
A questão do racismo voltou ao centro da arena política quer nas sociedades europeias, quer nos Estados Unidos da América. É por isso fundamental compreender o conceito de raça e o fenómeno do racismo. Mas será que de facto os compreendemos?
Numa abordagem simultaneamente provocadora e original, o consagrado historiador Jean-Frédéric Schaub demonstra que não, e que precisamos de reequacionar o pressuposto de que o racismo é essencialmente uma forma moderna de discriminação baseada na cor da pele e noutras diferenças visíveis.
Pelo contrário, defende Schaub, no Ocidente, o ponto de viragem na história política da raça ocorreu não com o tráfico transatlântico de escravos e com a escravatura no continente americano, mas sim muito antes, na Península Ibérica do século XV, com a racialização dos cristãos de origem judaica e muçulmana.
Para compreendermos o racismo, segundo Schaub, temos de analisar os episódios históricos de discriminação colectiva em que não existia nenhuma diferença visível entre as pessoas, o que põe em causa a nossa maneira de entender a história do pensamento racista.
Construída em torno da ideia de identidade e de alteridade, a raça é acima de tudo uma ferramenta política que deve ser compreendida no contexto das suas origens históricas. Apesar de entre os académicos haver consenso quanto ao facto de as raças não existirem senão como construções ideológicas, as opiniões divergem no que toca a explicar o nascimento dessas ideologias.
A investigação que Schaub apresenta neste livro encontra essas origens na discriminação dos cristãos de origem judaica e muçulmana com base na ideia, inédita até então, de que estes tinham traços sociais e morais negativos, transmissíveis de geração em geração através do sangue, do sémen ou do leite — uma ideia prevalecente na era imperial e colonial e que persistiu até hoje.
Ao desafiar as definições hegemónicas de raça e ao apresentar uma nova cronologia do pensamento racial, Schaub demonstra que o racismo tem sempre de ser compreendido no contexto da sua história política.
Numa abordagem simultaneamente provocadora e original, o consagrado historiador Jean-Frédéric Schaub demonstra que não, e que precisamos de reequacionar o pressuposto de que o racismo é essencialmente uma forma moderna de discriminação baseada na cor da pele e noutras diferenças visíveis.
Pelo contrário, defende Schaub, no Ocidente, o ponto de viragem na história política da raça ocorreu não com o tráfico transatlântico de escravos e com a escravatura no continente americano, mas sim muito antes, na Península Ibérica do século XV, com a racialização dos cristãos de origem judaica e muçulmana.
Para compreendermos o racismo, segundo Schaub, temos de analisar os episódios históricos de discriminação colectiva em que não existia nenhuma diferença visível entre as pessoas, o que põe em causa a nossa maneira de entender a história do pensamento racista.
Construída em torno da ideia de identidade e de alteridade, a raça é acima de tudo uma ferramenta política que deve ser compreendida no contexto das suas origens históricas. Apesar de entre os académicos haver consenso quanto ao facto de as raças não existirem senão como construções ideológicas, as opiniões divergem no que toca a explicar o nascimento dessas ideologias.
A investigação que Schaub apresenta neste livro encontra essas origens na discriminação dos cristãos de origem judaica e muçulmana com base na ideia, inédita até então, de que estes tinham traços sociais e morais negativos, transmissíveis de geração em geração através do sangue, do sémen ou do leite — uma ideia prevalecente na era imperial e colonial e que persistiu até hoje.
Ao desafiar as definições hegemónicas de raça e ao apresentar uma nova cronologia do pensamento racial, Schaub demonstra que o racismo tem sempre de ser compreendido no contexto da sua história política.
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