Desporto e saúde são, geralmente, apresentados como duas áreas que mantêm relações positivas: por um lado, a atividade física participa no bem-estar individual, por outro, a saúde física e mental contribuem para o desempenho desportivo. Se estas relações são amplamente valorizadas, as consequências, por vezes nocivas, da atividade desportiva na saúde são ainda bastante desconhecidas hoje em dia: lesões, esgotamentos e outros problemas psicológicos fazem parte integrante dos sinais frequentemente observados nos desportistas intensivos.

Relativamente a estas novas problemáticas emergentes no campo da atividade física e desportiva, a psicologia do desporto, inicialmente centrada na melhoria dos desempenhos desportivos, e a psicologia da saúde, que visa compreender os fenómenos de adaptação psicológica à doença ou a uma situação potencialmente stressante, encontram nesse domínio diversas oportunidades para conjugar os seus conceitos específicos e contributos respetivos.

Na interface destas duas disciplinas, foram surgindo, nestes últimos anos, numerosos trabalhos que incidem sobre a promoção da saúde através do desporto ou, ainda, sobre o papel da atividade física na melhoria da saúde ou da qualidade de vida de indivíduos que apresentam diversas patologias físicas ou que têm comportamentos de risco.

Psicologia do Desporto e da Saúde propõe uma síntese exaustiva e crítica da literatura recente que aborda, por um lado, o conjunto dos campos de investigação e modelizações em psicologia, que permitem articular os conceitos de desporto e de saúde, e, por outro, os diversos métodos de intervenção (prevenção, avaliação, deteção, tratamento) preconizados tanto pelos investigadores universitários como pelos clínicos.