Francisco Bairrão Ruivo
Biografia
Francisco Bairrão Ruivo nasceu em Agosto de 1981 e é investigador do
Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Licenciado em História e
Doutorado em História Contemporânea pela FCSH/UNL, a sua tese,
intitulada Spinolismo: viragem política e Movimentos Sociais, (orientada
por Fernando Rosas), foi galardoada com o Prémio Fundação Mário
Soares-EDP 2014.
Participou em vários projetos de investigação e publicou diversos artigos no âmbito da História de Portugal do século XX, nomeadamente sobre o Estado Novo, o processo revolucionário ou a descolonização, e dedica-se a questões relacionadas com a memória, as leituras do passado ou os movimentos sociais.
Recentemente colaborou no Dicionário de História de Portugal – 1974- 1976 e no livro O Eterno Retorno. Estudos em homenagem a António Reis com o artigo «O 25 de Abril? O que é o 25 de Abril?». Em Março de 2014, lançou a obra Livro Livre (com Danuta Wojciechowska e Joana Paz) destinada ao público escolar, no âmbito do 40.º aniversário do 25 de Abril de 1974.
Participou em vários projetos de investigação e publicou diversos artigos no âmbito da História de Portugal do século XX, nomeadamente sobre o Estado Novo, o processo revolucionário ou a descolonização, e dedica-se a questões relacionadas com a memória, as leituras do passado ou os movimentos sociais.
Recentemente colaborou no Dicionário de História de Portugal – 1974- 1976 e no livro O Eterno Retorno. Estudos em homenagem a António Reis com o artigo «O 25 de Abril? O que é o 25 de Abril?». Em Março de 2014, lançou a obra Livro Livre (com Danuta Wojciechowska e Joana Paz) destinada ao público escolar, no âmbito do 40.º aniversário do 25 de Abril de 1974.
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Spínola e a Revolução
Desde finais do marcelismo que a acção do general António de Spínola apontava para a chegada ao poder, estando umbilicalmente ligada à questão africana. Com o golpe militar de 25 de Abril de 1974, tornava-se o primeiro Presidente da República após o Estado Novo. Até Setembro desse ano, procurará reforçar os poderes presidenciais, retardar descolonização e aplicar-lhe uma via federalista, impor um projecto político assente na limitação de direitos e liberdades, na contenção da democratização e, fundamentalmente, do que se afirmava como uma revolução. Meses depois, regressaria com o precipitado golpe de 11 de Março de 1975. Neste livro analisaremos esta caminhada do spinolismo, integrada numa olhar global sobre o final do marcelismo e o processo revolucionário português, com especial atenção à fase spinolista da revolução, entre Abril e Setembro de 1974.
Se o fio condutor é Spínola, nem por isso são esquecidas outras vozes e protagonistas: militares, políticos, dirigentes partidários, líderes africanos, artistas, intelectuais, estudantes, mulheres, operários, membros de comissões de moradores e trabalhadores, enfim, a sociedade, aquilo que se chama de «povo». Talvez nunca se tenha falado tanto em «povo» como naqueles anos, sinal de que, no período revolucionário de 1974 e 1975, dificilmente se pode encontrar maior ou tão central protagonista.
Será, precisamente, nesse «povo», ou parte dele, nos movimentos sociais e na revolução que Spínola encontrará a razão fundamental do fracasso do seu projecto político.
Se o fio condutor é Spínola, nem por isso são esquecidas outras vozes e protagonistas: militares, políticos, dirigentes partidários, líderes africanos, artistas, intelectuais, estudantes, mulheres, operários, membros de comissões de moradores e trabalhadores, enfim, a sociedade, aquilo que se chama de «povo». Talvez nunca se tenha falado tanto em «povo» como naqueles anos, sinal de que, no período revolucionário de 1974 e 1975, dificilmente se pode encontrar maior ou tão central protagonista.
Será, precisamente, nesse «povo», ou parte dele, nos movimentos sociais e na revolução que Spínola encontrará a razão fundamental do fracasso do seu projecto político.