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Os Olhos dos Condenados
Prémio "Las Dos Orillas", do Salão Ibero-Americano de Gijón
Terra poeirenta e seca, atravessada por uma silenciosa linha férrea, símbolo omnipresente de separação e de morte. Estamos numa pequena vila do interior da Argentina, no tempo (recente) da ditadura militar. No pequeno hotel, um casal forasteiro aguarda por um autocarro. Do outro lado da linha chegam mais passageiros: um advogado, a sua mulher, a sua irmã, cada um carregando um passado, um segredo e um modo particular de ser.
Uma ordem inesperada, silenciosa e sem rosto, impede que o autocarro se detenha na vila e sirva os seus habitantes, condenados a viverem uma clausura involuntária. E por entre o assombro resignado e a revolta imprudente consuma-se a tragédia de mais um assassínio. Os olhos vêem, mas estão condenados ao silêncio. Porque são olhos de condenados… O romance de estreia de Eugenia Almeida, Prémio "Las Dos Orillas" do Salão Ibero-Americano de Gijón, é uma parábola pungente sobre a ditadura e a privação das liberdades.