Dimítris Dimitríadis
Biografia
Em 1978 foi publicada a sua primeira narrativa, Morro como País; em 1980, uma primeira série poética intitulada Catálogos 1-4; em 1983, outra peça de teatro, A nova Igreja do Sangue. Seguem-se A Oferenda - A Humanoidade, Preâmbulo a um Milénio (ficção narrativa, 1986), Catálogos 5-8 (poesia, 1986), A Elevação (teatro, 1990), A Desconhecida Harmonia do Outro Século (teatro, 1992), Catálogos 9, As Definições (poesia, 1994), O Princípio da Vida (teatro, 1995, levado à cena, nesse mesmo ano, por S. Lazarídis, no Teatro do Sul, na Grécia), Oblívio e mais Quatro Monólogos (2000, o monólogo Oblívio foi encenado em Paris, no Petit-Odéon, por Jean-Christophe Bailly; em 2001 e no Teatro de Bobigny, por Anne Dimitriadis; em 2002. Em Atenas, estreou no Teatro Attis, dirigida por Theodor Terzópulos), A Vertigem dos Animais antes do Abate (2000, teatro, peça levada à cena no Teatro do Sul por G. Churvardas no mesmo ano), Catálogos 10-12 (poesia, 2002) , Humanoidade 1 - Um Infindável Milénio e Humanoidade 7 ¬- Um Infindável Milénio (ficção narrativa, 2002, Prémio Nacional de Romance, na Grécia, em 2003), Procedimentos de Regularização de Diferenças (2003, teatro, representada no Teatro do Sul, com encenação de Guiórgos Lanthimos). Em 2003, Morro Como País foi representado no Théâtre du Rond-Point, em Paris, com encenação de Yannis Kokkos; em Florença, no Teatro della Limonaia, foram apresentadas Morro como país e A Vertigem dos Animais antes do Abate.
Dimítris Dimitriádis traduziu inúmeros autores, de Genet a Koltès. É desde 1980 colaborador da Edições Agra, em Atenas, editora responsável pela publicação da maioria das suas criações literárias e traduções.
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A Vertigem dos Animais Antes do Abate e outros textos
Morro como País é um curto texto que, numa apoteose orgástica da palavra, nos dá a ler a morte física e espiritual de um país vencido (a Grécia da "ditadura dos coronéis"), figuração trágica (numa espécie de amálgama de todas as perversões e subversões) de uma outra morte muito mais radical, a de todos os valores da Humanidade e do próprio Homem.
Procedimentos de Regularização de Diferenças é uma obra que põe em cena uma situação triangular (três personagens: duas mulheres e um homem) em que as relações humanas, despojadas de toda e qualquer intervenção e referência do exterior, se desenrolam no incontrolável dos desígnios e no desconhecido das suas consequências, numa racional e desenfreada tentativa por parte das três personagens para evitar o inevitável. Jogo cruel de amor e ciúme que leva ao esgotar de todos os limites.
O. I. H. (Odisseu, Ítaca, Homero) é um tríptico constituído por três monólogos que, apesar da diferença da personagem que toma a palavra em cada um deles (no primeiro, Odisseu, no segundo Ítaca, no terceiro um homem muito idoso) se articulam pela existência de elementos comuns que têm que ver tanto com a temática (a identidade, o nome, a Pátria, o tempo, a tradição, o sexo), como com uma específica discursividade (um discurso ritmicamente encadeado). Daí resulta que estes monólogos, não tendo sido inicialmente concebidos pelo dramaturgo como um tríptico, constituam, em última instância, uma unidade inseparável.