Dick Bruna
Biografia
Dick Bruna (1927-2017) é uma das referências incontornáveis da literatura mundial para a primeira infância. Entre outras personagens, Dick Bruna criou a célebre coelhinha Miffy, que vem fazendo as delícias de miúdos e graúdos ao longo de várias gerações.
A vida: das capas de livros aos cartazes e destes aos livros infantis
Dick Bruna nasceu em Utrecht, em 1927, tendo-se tornado um dos artistas holandeses de maior renome internacional. Iniciou a sua carreira na Editora do pai (Uitgeverij A.W. Bruna & Zoon), como designer de capas de livros, e pouco depois estas começaram a atrair a atenção da crítica. Os seus desenhos para a coleção Zwarte Beertjes [Ursos Pretos] e para os livros de Havank, Maigret e O Santo ficaram particularmente célebres.
Depois das capas vieram os cartazes. Os famosos desenhos realizados para os cartazes da coleção Zwarte Beertjes são provavelmente os que obtiveram maior sucesso. A partir de então, a obra de Dick Bruna passou a estender-se a várias outras áreas, desde a conceção de cartazes para feiras de arte e outro tipo de eventos até selos de correio e logotipos para fundações.
No ano 2000, o Centraal Museum de Utrecht inaugurou uma exposição permanente da obra de Dick Bruna, como prova inequívoca de que as suas criações merecem ser consideradas verda-deiras obras de arte. A prová-lo estão também os vários galardões que até hoje lhe foram atribuídos, entre os quais a Comenda de Cavaleiro da Ordem do Leão, a mais alta distinção conferida pela Família Real dos Países Baixos aos cidadãos que se destaquem no exercício das suas profissões.
Dick Bruna manteve-se ligado a várias causas sociais, sendo sobejamente conhecidas as suas ações junto dos hospitais pediátricos. Contribuiu ainda para muitas organizações humanitárias, fazendo-o de uma forma estritamente não-comercial. As suas doações à UNICEF, "Terre des Hommes" e Cruz Vermelha são apenas alguns exemplos. A publicação de muitos dos seus livros em braille é outra das facetas do seu empenhamento cívico e social.
Uma obra ímpar: a simplicidade acima de tudo
Os livros de Dick Bruna são conhecidos em todo o mundo, ficando esse sucesso a dever-se à sua simplicidade. Com efeito, as imagens são reduzidas à sua essência, transformando-se em pictogramas reconhecíveis por todos em qualquer parte do mundo.
As cores utilizadas, plenas de vivacidade, são únicas. Trata-se de cores especialmente concebidas por e para Dick Bruna (as "cores Bruna", como são conhecidas), constituindo outra das caraterís-ticas inconfundíveis do conjunto da obra do autor. A paisagem holandesa e o movimento artístico "De Stijl" foram as fontes de inspiração desta paleta tão original.
As personagens olham geralmente de frente para o leitor, captan-do e mantendo dessa forma a sua atenção, e remetem para um universo de espontaneidade e franqueza, caraterísticas subcons-cientemente associadas à ingenuidade e pureza infantis.
Uma coelhinha chamada Miffy
A Miffy nasceu em 1955, durante umas férias da família Bruna em Egmond aan Zee. Enquanto o seu filho brincava com um coelhinho de pano, Dick estava, como sempre, a desenhar. De repente, lembrou-se dos coelhos verdadeiros que ele próprio tivera em pequeno e, dum momento para o outro, uma linda coelhinha apareceu na sua folha de papel.
Pela primeira vez, lá estava ela: a simpática Miffy, que em poucos anos viria a tornar-se a mais internacional de todas as personagens da literatura para a primeira infância. Uma coelhinha, e não um coelhinho, simplesmente porque Dick Bruna preferiu, naquele momento, desenhar um vestido em vez de umas calças!
Inspirado pelo trabalho de Matisse, Dick Bruna desenvolveu o seu próprio estilo minimalista e, com linhas pretas bem marcadas e cores planas e vivas, criou o seu primeiro livro da Miffy nesse mesmo ano.
A Miffy de 1955 assemelha-se muito ao brinquedo de pano que esteve na sua origem, com as orelhas um pouco toscas e descaídas. Mas, a partir de 1963, ela tomou definitivamente a forma que hoje lhe conhecemos, com duas graciosas orelhas espetadas e dois grandes olhos negros que lhe conferem uma aparência sempre alegre e divertida.
Embora com o passar dos anos a coelhinha Miffy tenha mudado de forma, a simplicidade do traço e a vivacidade das cores mantiveram-se inalteradas. São essas as principais características do estilo de Dick Bruna, que invariavelmente estão presentes em todas as suas obras.
A Miffy não é a única criação de Dick Bruna. Pela sua mão surgiram também o porquinho Poppy, o cãozinho Snuffy e os ursinhos Boris e Bárbara. Cada uma destas personagens tem personalidade própria e todos têm aventuras separadas, que fazem hoje parte do imaginário de milhões de crianças em todo o mundo.
Um conceito surpreendentemente normal
Os livros de Dick Bruna apresentam-se com capa dura e em formato quadrado, adequado ao intenso manuseamento pelas mãos dos pequenos leitores.
As histórias são escritas em rima, também por aí se assegurando a atenção da criança. Contudo, são os desenhos que constituem a "alma" dos livros de Dick Bruna, que se considerava a si próprio "primeiro um pintor e um ilustrador e só depois um escritor".
Os livros de Dick Bruna incentivam as crianças a dar largas à sua imaginação e levam-nas a explorar e experimentar novas emoções.
As histórias desenrolam-se num ambiente próximo do quotidiano, pois é muitas vezes no dia-a-dia que se encontram as coisas mais surpreendentes. E também ensinam sempre algo às crianças, na medida em que encerram sempre uma qualquer descoberta. Além disso, todos os livros têm um caráter pedagógico, que pode ir desde o aprender a contar até à identificação dos animais.
Os livros de Dick Bruna são hoje em dia lidos em todo o mundo, encontrando-se editados em mais de 40 línguas.
A vida: das capas de livros aos cartazes e destes aos livros infantis
Dick Bruna nasceu em Utrecht, em 1927, tendo-se tornado um dos artistas holandeses de maior renome internacional. Iniciou a sua carreira na Editora do pai (Uitgeverij A.W. Bruna & Zoon), como designer de capas de livros, e pouco depois estas começaram a atrair a atenção da crítica. Os seus desenhos para a coleção Zwarte Beertjes [Ursos Pretos] e para os livros de Havank, Maigret e O Santo ficaram particularmente célebres.
Depois das capas vieram os cartazes. Os famosos desenhos realizados para os cartazes da coleção Zwarte Beertjes são provavelmente os que obtiveram maior sucesso. A partir de então, a obra de Dick Bruna passou a estender-se a várias outras áreas, desde a conceção de cartazes para feiras de arte e outro tipo de eventos até selos de correio e logotipos para fundações.
No ano 2000, o Centraal Museum de Utrecht inaugurou uma exposição permanente da obra de Dick Bruna, como prova inequívoca de que as suas criações merecem ser consideradas verda-deiras obras de arte. A prová-lo estão também os vários galardões que até hoje lhe foram atribuídos, entre os quais a Comenda de Cavaleiro da Ordem do Leão, a mais alta distinção conferida pela Família Real dos Países Baixos aos cidadãos que se destaquem no exercício das suas profissões.
Dick Bruna manteve-se ligado a várias causas sociais, sendo sobejamente conhecidas as suas ações junto dos hospitais pediátricos. Contribuiu ainda para muitas organizações humanitárias, fazendo-o de uma forma estritamente não-comercial. As suas doações à UNICEF, "Terre des Hommes" e Cruz Vermelha são apenas alguns exemplos. A publicação de muitos dos seus livros em braille é outra das facetas do seu empenhamento cívico e social.
Uma obra ímpar: a simplicidade acima de tudo
Os livros de Dick Bruna são conhecidos em todo o mundo, ficando esse sucesso a dever-se à sua simplicidade. Com efeito, as imagens são reduzidas à sua essência, transformando-se em pictogramas reconhecíveis por todos em qualquer parte do mundo.
As cores utilizadas, plenas de vivacidade, são únicas. Trata-se de cores especialmente concebidas por e para Dick Bruna (as "cores Bruna", como são conhecidas), constituindo outra das caraterís-ticas inconfundíveis do conjunto da obra do autor. A paisagem holandesa e o movimento artístico "De Stijl" foram as fontes de inspiração desta paleta tão original.
As personagens olham geralmente de frente para o leitor, captan-do e mantendo dessa forma a sua atenção, e remetem para um universo de espontaneidade e franqueza, caraterísticas subcons-cientemente associadas à ingenuidade e pureza infantis.
Uma coelhinha chamada Miffy
A Miffy nasceu em 1955, durante umas férias da família Bruna em Egmond aan Zee. Enquanto o seu filho brincava com um coelhinho de pano, Dick estava, como sempre, a desenhar. De repente, lembrou-se dos coelhos verdadeiros que ele próprio tivera em pequeno e, dum momento para o outro, uma linda coelhinha apareceu na sua folha de papel.
Pela primeira vez, lá estava ela: a simpática Miffy, que em poucos anos viria a tornar-se a mais internacional de todas as personagens da literatura para a primeira infância. Uma coelhinha, e não um coelhinho, simplesmente porque Dick Bruna preferiu, naquele momento, desenhar um vestido em vez de umas calças!
Inspirado pelo trabalho de Matisse, Dick Bruna desenvolveu o seu próprio estilo minimalista e, com linhas pretas bem marcadas e cores planas e vivas, criou o seu primeiro livro da Miffy nesse mesmo ano.
A Miffy de 1955 assemelha-se muito ao brinquedo de pano que esteve na sua origem, com as orelhas um pouco toscas e descaídas. Mas, a partir de 1963, ela tomou definitivamente a forma que hoje lhe conhecemos, com duas graciosas orelhas espetadas e dois grandes olhos negros que lhe conferem uma aparência sempre alegre e divertida.
Embora com o passar dos anos a coelhinha Miffy tenha mudado de forma, a simplicidade do traço e a vivacidade das cores mantiveram-se inalteradas. São essas as principais características do estilo de Dick Bruna, que invariavelmente estão presentes em todas as suas obras.
A Miffy não é a única criação de Dick Bruna. Pela sua mão surgiram também o porquinho Poppy, o cãozinho Snuffy e os ursinhos Boris e Bárbara. Cada uma destas personagens tem personalidade própria e todos têm aventuras separadas, que fazem hoje parte do imaginário de milhões de crianças em todo o mundo.
Um conceito surpreendentemente normal
Os livros de Dick Bruna apresentam-se com capa dura e em formato quadrado, adequado ao intenso manuseamento pelas mãos dos pequenos leitores.
As histórias são escritas em rima, também por aí se assegurando a atenção da criança. Contudo, são os desenhos que constituem a "alma" dos livros de Dick Bruna, que se considerava a si próprio "primeiro um pintor e um ilustrador e só depois um escritor".
Os livros de Dick Bruna incentivam as crianças a dar largas à sua imaginação e levam-nas a explorar e experimentar novas emoções.
As histórias desenrolam-se num ambiente próximo do quotidiano, pois é muitas vezes no dia-a-dia que se encontram as coisas mais surpreendentes. E também ensinam sempre algo às crianças, na medida em que encerram sempre uma qualquer descoberta. Além disso, todos os livros têm um caráter pedagógico, que pode ir desde o aprender a contar até à identificação dos animais.
Os livros de Dick Bruna são hoje em dia lidos em todo o mundo, encontrando-se editados em mais de 40 línguas.
partilhar