Dacia Maraini
Biografia
Dacia Maraini é autora de romances, contos, peças de teatro, textos autobiográficos e ensaios, editados em Itália e traduzidos em vinte línguas. Em 1990 obteve o Prémio Campiello com La lunga vita di Marianna Ucria (A Longa Vida de Marianna Ucria, na edição portuguesa) e, em 1999, o Prémio Strega com Buio (A Noite das Nossas Consciências). Escreve no Corriere della Sera. Em 2006 foi publicado na colecção de bolso Firme Oro o volume Romanzi que inclui os títulos Memorie di una Ladra (1973), Isolina (1985), La lunga vita di Marianna Ucria (1990), Bagheria (1993), Voci (1994), Dolce per sé (1997) e Colomba (2004). É considerada pelo Sunday Times como «a mais audaciosa escritora italiana da actualidade».
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Comboio para Budapeste
1956. Amara, uma jovem jornalista italiana, tem como missão redigir um relatório sobre a crescente divisão política entre a Europa de Leste e a Europa Ocidental no pós-guerra. Mas, no seu coração, ela encontra uma outra missão: descobrir o que aconteceu a Emanuele, o seu inseparável amigo de infância. Emanuele era judeu e foi deportado pelos nazis em Viena, durante a guerra, não sem antes lhe dar uma longa série de cartas que Amara ainda carrega com ela.
Em sua busca, Amara atravessa a Europa num comboio que pára em todas as estações, tem panos de renda feita à mão a enfeitar os bancos e tresanda a cabra cozida e a sabão de permanganato. Amara visita horrorizada o que resta do círculo infernal de Auschwitz-Birkenau, percorre as ruas de Viena à procura de sobreviventes, chega a Budapeste no momento em que rebenta a revolta húngara, e treme ao lado dos insurrectos quando os tiros dos carros blindados russos esventram as casas. Na sua aventura, e nos destinos dos homens e das mulheres que vêm entrelaçar-se na sua vida, manifesta-se o sentimento de catástrofe e de abismo em que o século XX mergulhou, e a esperança irreprimível de um mundo diferente. Pelo caminho, Amara encontra muitos outros sobreviventes, cada um com a sua própria história para contar, e pondera a existência conturbada dos seus próprios pais no mundo opressivo da Itália de Mussolini. Mas será que Emanuele conseguiu sobreviver à guerra ou, como tantos outros judeus de Viena, morreu em Auschwitz ou num gueto na Polónia?
Em sua busca, Amara atravessa a Europa num comboio que pára em todas as estações, tem panos de renda feita à mão a enfeitar os bancos e tresanda a cabra cozida e a sabão de permanganato. Amara visita horrorizada o que resta do círculo infernal de Auschwitz-Birkenau, percorre as ruas de Viena à procura de sobreviventes, chega a Budapeste no momento em que rebenta a revolta húngara, e treme ao lado dos insurrectos quando os tiros dos carros blindados russos esventram as casas. Na sua aventura, e nos destinos dos homens e das mulheres que vêm entrelaçar-se na sua vida, manifesta-se o sentimento de catástrofe e de abismo em que o século XX mergulhou, e a esperança irreprimível de um mundo diferente. Pelo caminho, Amara encontra muitos outros sobreviventes, cada um com a sua própria história para contar, e pondera a existência conturbada dos seus próprios pais no mundo opressivo da Itália de Mussolini. Mas será que Emanuele conseguiu sobreviver à guerra ou, como tantos outros judeus de Viena, morreu em Auschwitz ou num gueto na Polónia?