partilhar
Em destaque VER +
Inteiro Silêncio
Inteiro Silêncio assinala a ideia de uma troca intensa entre intuição e espírito. Doloridamente escrito e sentido. Ecos de perda, nostalgia, abandono, desalento... tudo tocado pelo cheiro da terra e pelo rumor dos afectos. Eis um tipo de forma em que a presença do corpo do sujeito se mescla com uma linguagem tensa, quase sempre contida, esperando desaguar num rio ainda por vir. Os lugares fundamentais fixam-se a partir de uma busca arquetípica do amor entendido como salvação ontológica, num percurso cosmogónico que abrange todas as vivências colocadas ao dispor dos homens. Se o tom dominante é o de uma digna solidão, encarada como necessária para o exercício de uma ética interna, este livro, mais do que os primeiros versos de Metade Silêncio (Editora Minerva, Coimbra, 1992), aposta na totalidade de um dizer que inclui a esperança, e para o qual foi necessário esperar um longo tempo até que nascesse e frutificasse a coragem de expressar aquilo que humanamente lhe deu origem.