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E o Pai? Uma Abordagem Winnicottiana
Importante por si só, o aprofundamento do tema do pai em Winnicott preenche uma lacuna e busca corrigir um equívoco existente nos estudos da obra do autor. Ainda que altamente e relevante, a questão recebeu até o presente momento pouca atenção das pesquisas dedicadas à obra winnicottiana. A literatura secundária sobre Winnicott deu especial ênfase à relação mãe-bebe, justificável pela importância que o próprio o autor dá ao assunto em suas formulações teóricas. Embora exista essa ênfase e na provisão materna, Winnicott não de eixou de tratar da questão do pai e da enorme importância e valor que sua presença, ações e falhas exercem durante toda a vida da criança, desde o momento da conceção, passando pelas fases iniciais - quando o pai, em conjunto com a mãe, forma o ambiente total no qual o bebe habita - e acompanhando todas as fases posteriores (concernimento, vida familiar, relações triangulares com base genital, adolescência etc.) do amadurecimento humano.
Uma vez que Winnicott construiu novas bases teóricas para apoiar sua compreensão da natureza humana e da prática clínica, era natural que o papel do pai também se modificasse nesse novo quadro teórico, não se restringindo ao clássico interventor do estágio edípico, mas assumisse diferentes aspectos ao longo das fases do amadurecimento pessoal, de acordo com a crescente maturidade do indivíduo. Com efeito, antes de o pai surgir como um dos polos do triângulo edípico, ele já está presente, de diferentes maneiras, na vida do bebê. Mas não apenas: à luz do amadurecimento, em suas etapas mais primitivas, Winnicott redescreve a fase das relações triangulares e, nela, o papel do pai e as relações que caracterizam a situação edípica. O estágio edípico ou, na linguagem de Winnicott, o estágio das relações triangulares com base genital, não é mais pensado como o período no qual se constitui o psiquismo humano, sendo apenas uma etapa - da maior importância, é certo - entre as que compõem o processo de amadurecimento. A figura paterna será de importância capital na adolescência e na maturidade, quando o indivíduo humano fizer tentativas de fundar sua própria família e tornar-se membro ativo na vida social.
O presente volume reúne artigos apresentados no XVII Colóquio Winnicott Internacional, realizado na PUC-SP em maio de 2012 com o tema "E o pai?". O leitor encontrará nesta coletânea, sob diversos ângulos, um amplo panorama a respeito do tema do pai na obra de D. W. Winnicott. Cada um dos autores trouxe, à sua maneira, uma contribuição especial. Os artigos aqui reunidos, ao mesmo tempo que desenvolvem aspetos teóricos a respeito do assunto, utilizam casos clínicos como material de ilustração. Espera-se que esta compilação amplie os horizontes dos psicanalistas e demais interessados no tema, e sirva de incentivo e subsídio para pesquisas ulteriores.
Uma vez que Winnicott construiu novas bases teóricas para apoiar sua compreensão da natureza humana e da prática clínica, era natural que o papel do pai também se modificasse nesse novo quadro teórico, não se restringindo ao clássico interventor do estágio edípico, mas assumisse diferentes aspectos ao longo das fases do amadurecimento pessoal, de acordo com a crescente maturidade do indivíduo. Com efeito, antes de o pai surgir como um dos polos do triângulo edípico, ele já está presente, de diferentes maneiras, na vida do bebê. Mas não apenas: à luz do amadurecimento, em suas etapas mais primitivas, Winnicott redescreve a fase das relações triangulares e, nela, o papel do pai e as relações que caracterizam a situação edípica. O estágio edípico ou, na linguagem de Winnicott, o estágio das relações triangulares com base genital, não é mais pensado como o período no qual se constitui o psiquismo humano, sendo apenas uma etapa - da maior importância, é certo - entre as que compõem o processo de amadurecimento. A figura paterna será de importância capital na adolescência e na maturidade, quando o indivíduo humano fizer tentativas de fundar sua própria família e tornar-se membro ativo na vida social.
O presente volume reúne artigos apresentados no XVII Colóquio Winnicott Internacional, realizado na PUC-SP em maio de 2012 com o tema "E o pai?". O leitor encontrará nesta coletânea, sob diversos ângulos, um amplo panorama a respeito do tema do pai na obra de D. W. Winnicott. Cada um dos autores trouxe, à sua maneira, uma contribuição especial. Os artigos aqui reunidos, ao mesmo tempo que desenvolvem aspetos teóricos a respeito do assunto, utilizam casos clínicos como material de ilustração. Espera-se que esta compilação amplie os horizontes dos psicanalistas e demais interessados no tema, e sirva de incentivo e subsídio para pesquisas ulteriores.